quinta-feira, 17 de julho de 2025

CPAC na Hungria: conservadores discutem o futuro da Europa

Hugo Moreira

Nos dias 29 e 30 de maio de 2025 realizou-se o CPAC na Hungria, cujo objetivo era reunir a direita conservadora norte-americana e europeia no âmbito de uma maior organização e cooperação entre elas. Tendo Viktor Orbán como principal orador, a conferência contou com a presença de vários políticos e influencers conservadores conhecidos, tal como Eva Vlaardingerbroek, Geert Wilders, Irakli Kobakhidze entre outros. Devo dizer que como testemunha em primeira mão do evento, não pude deixar de notar a força crescente que a direita conservadora tem ganho, e quem em breve será essa força conservadora que ditará as políticas em Bruxelas. 

Infelizmente em Portugal não se ouve falar muito no CPAC e naquilo que ele representa para a Europa e o mundo, o que me leva a contar-vos um pouco do que é o CPAC. O Conservative Political Action Conference (CPAC), é um grande evento político, organizado pelos conservadores dos Estados Unidos, que tem lugar a cada ano na cidade de Washington, D.C. desde 1973 e é realizado pela União Conservadora Americana (ACU). Reúnem-se até 10.000 participantes, e encontram-se as personalidades mais importantes das diferentes correntes do movimento conservador norte-americano, tanto cargos eleitos, como militantes de base, ou dirigentes de organizações, bem como várias personalidades dos meios de comunicação. Após observar o sucesso que o CPAC obteve nos EUA, os conservadores europeus decidiram unir-se em Budapeste em maio de 2022 em vista a propagar e debater a agenda conservadora, tendo como fim a implantação dessa mesma agenda em Bruxelas. 

Mas muitos se perguntam o que é o conservadorismo, e mais do que a definição de conservadorismo que vos aparece quando pesquisam sobre o tema, o meu intuito é dar a minha opinião sobre a maneira como vejo o próprio conservadorismo. Para mim conservadorismo, para além de uma teoria filosófica, é um modo de vida que tento seguir ao máximo, pois sejamos honestos, manter constantemente um comportamento conservador não é nada fácil. Todos nós temos a nossa veia revolucionária seja a nível político ou a nível social, ou porque não gostamos da forma de governar do atual governo, ou pelas medidas demasiado progressistas que os globalistas em Bruxelas têm tomado durante décadas, mas é aqui que o conservadorismo entra, é aqui que os oradores do CPAC mostram que só através da manutenção dos costumes e valores cristãos se pode garantir o renovar das instituições que há muito têm perdido o seu prestígio. 

Este renovar não significa uma mudança revolucionária, pois mudança revolucionária foi o que os globalistas fizeram, quando submeteram o continente europeu à interdependência, à invasão migratória em massa, ao abandono das capacidades industriais europeias, incentivando o deslocamento para a China de grandes investimentos económicos, tudo isto à custa do futuro da Europa. Ser conservador é garantir que o estado nação tenha o poder de influenciar o seu destino. Ser conservador é preservar as instituições, recusando qualquer tipo de mudança radical, seja ela à esquerda ou à direita. Conservador é garantir que os seus filhos tenham um futuro digno no país onde nasceram, e não tenham de imigrar mal concluam a sua formação académica. 

E é nesta onda conservadora que o CPAC surge como peça central de toda uma mudança que espreita já a meio do túnel, pois metade do caminho já foi feito, a mente e os corações das pessoas já se abriram à agenda conservadora, faltando apenas implementar o conservadorismo em todos os estados nação do continente europeu. Com esse objetivo em mente, Viktor Orbán o primeiro-ministro húngaro, tem organizado eventos como o CPAC, e apoiado institutos – como o caso do maior instituto conservador português ao qual deixo um agradecimento no fim do artigo -, tudo com um único objetivo, sacar os globalistas de Bruxelas do seu trono, implementando de novo a soberania popular. Pois sejamos honestos, os mais altos cargos da União Europeia não são eleitos, são nomeados pelos burocratas de Bruxelas. A verdade é que me poderia estender neste tema durante horas, mas voltemos ao CPAC, que é o tópico deste artigo. 

Começando pela intervenção do primeiro-ministro Húngaro, que saudou a eleição de Donald J. Trump e a resiliência dos patriotas do Ocidente perante os ataques dos progressistas e liberais. Elogiou ainda o PM. Georgiano por resistir às pressões para envolver a Geórgia na Guerra da Ucrânia. Falando sobre a Ucrânia, o PM. húngaro afirmou que a paz deve ser promovida em vez da guerra e que milhares de milhões não devem ser gastos numa guerra que não pode ser ganha. Bruxelas arruinou o sonho europeu e degenerou a segurança energética do continente e quer impor uma economia de guerra. Forçar a adesão da Ucrânia seria prolongar a guerra. A Hungria quer soberania e não quer ver o seu dinheiro desperdiçado em guerras. É imperativo cortar as fontes de financiamento dos globalistas. 

Por fim, a última intervenção mais detalhada será a da ex-PM. Liz Truss, a qual teve um discurso duro contra a subversão por parte de entidades não estatais e apelou a um confronto sem tréguas como o de Trump nos EUA, para o desmantelamento de tais organizações opacas progressistas. É necessário abolir as regras impostas pela Esquerda e desconstruir as burocracias nacionais e internacionais que tentam minar os povos e as nações. É necessário contrapor novas instituições de Direita aos Fóruns económicos mundiais. 

Em suma, quero realçar outros autores do CPAC como o influencer argentino que com a sua força discursiva conseguiu não só passar a mensagem pretendida como captar a atenção de todos na sala, devo mesmo dizer que foi um dos melhores oradores que presenciei até ao momento. Agustín Laje afirmou que 

“Milei se ha convertido rápidamente en el azote del wokismo, no solo en nuestro país, sino en el mundo en general”. 

E para aqueles que pensam que o CPAC é apenas mais um TED talk, deixem-me dizer-vos que o CPAC representa o futuro da Europa. Uma vez mais agradeço ao Instituto Trezeno pela oportunidade de estar no evento.

Título, Imagem e Texto: Hugo Moreira, ContraCultura, 17-7-2025

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