Largo da Lapa sofre com o desmanche da calçada, presença de inúmeros moradores de rua, sujeira e uso de drogas. Pedestres sentem medo de passar na região
Patricia Lima
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Paralelepípedos estão sendo arrancados por vendedores ambulantes |
Camelôs destroem o calçamento do Largo da Lapa, no Centro, para a montagem das suas barracas. Segundo reclamações de leitores do DIÁRIO DO RIO, os paralelepípedos do entorno do Lampadário estão sendo arrancados pelos ambulantes para fazer peso nas barracas.
A depredação não somente
deprecia e torna feio o local, mas também representa um risco para os
pedestres, especialmente os idosos e pessoas com problemas de mobilidade. Sem
contar os prejuízos gerados para os cofres públicos.
Páginas e grupos ligados à
preservação do patrimônio histórico se mobilizam para defender o calçamento da
Largo da Lapa, um local de grande importância para a história e a memória
carioca.
No início do ano passado, representantes das orquestras sinfônicas Brasileira, da Petrobras, do Theatro Municipal, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Jovem do Rio de Janeiro, Rio Villarmônica Johann Sebastian Rio e Nacional da Universidade Federal Fluminense – todas usuárias da Sala Cecília Meireles – encaminharam à Prefeitura e à Secretaria Municipal de Ordem Pública, por meio da da Subprefeitura do Centro e Centro Histórico, um pedido de realocação da feira montada na calçada do Largo da Lapa.
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Moradores de rua geram medo em pedestres que passam pela região |
Na ocasião, os musicistas, através da Academia Brasileira de Música (ABM), já reclamavam que a ocupação do comércio ambulante tinha início na porta principal da Sala Cecília Meireles, se estendendo até o Museu da Imagem e do Som, atrapalhando a passagem, gerando tumulto e depreciando o patrimônio histórico local.
“A referida feira, com várias barracas em fila dupla, não só tira a visibilidade dos prédios históricos e tombados, como ocupa o logradouro público e prejudica a circulação das pessoas, em especial do público que entra e sai da Sala Cecília Meireles e das demais instituições ali sediadas”, argumentou, na época, o presidente da ABM, André Cardoso.
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Feira dificulta acesso do público à Sala Cecília Meireles |
No documento, endereçado ao subprefeito do Centro e Centro Histórico, Alberto Jacob Szafran, o presidente da ABM também reclamava do comércio de rua que ocupava as estreitas calçadas laterais da Sala Cecília Meireles, na Rua Teotônio Regadas, impedindo o livre acesso dos artistas e dos veículos que transportavam os equipamentos para os concertos.
No documento, André Cardoso
ressaltou que as dificuldades financeiras enfrentadas pelos ambulantes não
poderiam ser negligenciadas, mas não às custas da ordem e do bom
desenvolvimento das outras atividades locais.
“A ABM e as orquestras do
Rio de Janeiro reconhecem o direito ao trabalho e as dificuldades econômicas
enfrentadas por parte da população do Rio de Janeiro, mas entendem que a
ocupação do espaço urbano não pode ser feita de forma desordenada, sem planejamento
e em prejuízo às atividades já estabelecidas”, disse Cardosos,
sugerindo que a feira do Largo da Lapa e o comércio de rua da Rua Teotônio
Regadas fossem realocados para a Rua Joaquim Silva, local de
concentração de turistas que visitam a Escadaria Selarón.
A solicitação, no entanto, não
foi atendida. E para piorar, o calçamento do Largo da Lapa está em processo de
desmanche, por conta da retirada dos paralelepípedos. Além disso, a grande
presença de moradores de rua, a sujeira e o consumo de drogas impactam de forma
negativa a dinâmica cultural e econômica da região.
Como área de atração turística e com equipamentos culturais importantes, o Largo da Lapa requer mais atenção e zelo por parte do poder público.
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Feira ao lado da Sala Cecília Meireles atrapalha entrada de caminhões com equipamentos |
Título, Imagens e Texto: Patricia Lima, Diário do Rio, 14-5-2025
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