sexta-feira, 23 de maio de 2025

União Europeia gasta mais dinheiro no combate à liberdade de expressão do que na luta contra o cancro

Paulo Hasse Paixão

Um relatório recentemente divulgado alega que a Comissão Europeia, o executivo não eleito da União Europeiacanalizou cerca de 73o milhões de euros do dinheiro dos contribuintes para centenas de projetos destinados a regular o discurso online, sob o pretexto de combater o “discurso de ódio” e a “desinformação”.

O documento, intitulado “Manufacturing Misinformation: The EU-Funded Propaganda War Against Free Speech”, é da autoria do Dr. Norman Lewis, especialista em comunicação digital e política regulamentar, e foi publicado pelo think tank húngaro MCC Brussels. O relatório acusa a Comissão de promover um “suave autoritarismo” ao financiar 349 projetos através de organizações não governamentais (ONG) e universidades.

De acordo com o relatório, esta despesa excede em mais de 30% o orçamento anual da UE para a investigação transnacional do cancro, uma discrepância que os autores descrevem como deliberada:

“A Comissão Europeia considera que travar a liberdade de expressão é mais prioritário do que os 4,5 milhões de novos casos de cancro e os quase dois milhões de mortes por cancro estimados para 2022 na Europa. Trata-se de um consenso de cima para baixo, autoritário e com curadoria, em que a expressão só é livre quando fala a linguagem de conformidade estabelecida pela Comissão”.

O relatório critica o facto da Comissão utilizar uma linguagem vaga e eufemística – apelidada de “NovaLíngua” – para ocultar as suas intenções. Nomes de projetos como FAST LISA e VIGILANT são descritos como deliberadamente enganadores, com o MCC Bruxelas a afirmar que essas iniciativas visam suprimir o discurso politicamente indesejável em tempo real, utilizando a inteligência artificial.

“O VIGILANT é um conjunto de vigilância por IA destinado a monitorizar, classificar e traçar o perfil do discurso, dos utilizadores e das redes”, afirma o relatório, contradizendo as afirmações dos seus criadores de que o sistema é ético e centrado no utilizador.

O relatório destaca ainda os programas dirigidos aos jovens, que descreve como doutrinação disfarçada de educação cívica. Estas iniciativas alegadamente treinam os jovens para atuarem como “polícias do discurso” num sistema concebido para impor a conformidade narrativa.

O Dr. Lewis argumenta que a investigação financiada pelos contribuintes está a ser utilizada para afirmar a ortodoxia política em vez de encorajar uma investigação genuína:

“A investigação que sistematicamente ‘prova’ este pressuposto não é investigação; é fabrico de propaganda.”

O relatório alarmante surge numa altura em que a UE regula constantemente o discurso nas plataformas das redes sociais. Elon Musk, o bilionário proprietário da X, declarou anteriormente que a UE lhe propôs um acordo secreto e ilegal para censurar as mensagens publicadas na plataforma. A Comissão Europeia vai concluir no Verão o processo que levantou contra a liberdade de expressão na plataforma de Musk, com uma multa astronómica e exigências de censura no futuro. A decisão abre ainda mais a frente de guerra entre os EUA e a Europa.

Título e Texto: Paulo Hasse Paixão, ContraCultura, 23-5-2025

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