J.R. Guzzo
Há um golpe de Estado sendo
aplicado todos os dias no Brasil, em plena luz do sol, por civis que
descobriram as atrações de ficar o resto da vida no governo. Estão convencidos
que as Forças Armadas vão lhes prestar a assistência que se fizer necessária –
em nome do que os golpistas lhes dirão que é “a lei” e encantados por promessas
de soldos, aposentadorias, pensões e mais do mesmo.
Esse golpe está sendo dado por
Lula, pela esquerda radical e pelo STF, mais a Confederação Nacional de Ladrões
que se pendura neles todos. Em sua fase atual, e na prática, está sendo
aplicado pelos Processos de Brasília contra os supostos líderes do suposto
“golpe” de janeiro de 2023.
As sentenças de condenação que o STF
se prepara para aplicar serão apenas um passo a mais na construção da sua
ditadura cada vez menos disfarçada
Um
país em que o Supremo Tribunal Federal, que tirou Lula da cadeia e formou um
consórcio com ele para mandar no governo, elimina a ordem jurídica, é um país
governado por um regime de exceção.
O Brasil de hoje, é um estado
de exceção a caminho de se tornar uma ditadura. Os Processos de Brasília são um
passo decisivo nessa caminhada rumo à escuridão. Há pelo menos seis anos,
quando abriu um inquérito ilegal que substituiu a Constituição Federal e deu
poderes de ditador jurídico a um cidadão que jamais recebeu um voto na vida, o
STF começou empurrar o Brasil para a ilegalidade. Com o processo do golpe que
não existiu, chegou ao estágio mais avançado da sua intentona.
É simples. Os Processos de Brasília estão deixando mais patente do que nunca, e agora na fase do juízo e não mais da investigação, que jamais houve tentativa de golpe no dia 8 de janeiro. Houve só um quebra-quebra sem propósito, sem organização, sem armas, sem liderança e sem a mais remota possibilidade prática de derrubar a diretoria de um clube de carteado. Não há, depois de dois anos e meio de intensa investigação por parte da máquina do Estado, uma única prova minimamente séria de golpe. Menos ainda, por via de consequência, há qualquer vestígio de prova capaz de demonstrar uma ligação dos acusados com os crimes que lhes são atribuídos.
Dia após dia, na frente de
todo mundo, o ministro Alexandre de Moraes e seus parceiros da câmara do STF
que julga o caso deixam cada vez mais óbvio que eles não têm a menor prova
material do que estão falando, e têm falado nos últimos dois anos e meio. O
público, agora, não está recebendo mais os ditados que a Polícia Federal passa
para a mídia publicar como se fossem a verdade final e definitiva. Está ouvindo
os advogados da defesa, que desmontam peça por peça as acusações, apesar das
ameaças que recebem o tempo todo de Moraes – e, sobretudo, das testemunhas, que
desmentem as ficções fabricadas pela PF e PGR para incriminar os réus.
O STF já condenou os réus antes do julgamento –
tudo que se faz hoje nos processos do “golpe” é um circo para mostrar que os
acusados tiveram direito a um julgamento. O que não têm é o direito à proteção
da lei. As sentenças de condenação que o STF se prepara para aplicar serão
apenas um passo a mais na construção da sua ditadura cada vez menos disfarçada.
Se um tribunal pode condenar quem os ministros cismaram de mandar para a
cadeia, sem prova alguma de culpa e com provas abundantes de inocência, então
está valendo tudo. O céu, aí, é o limite.
Título e Texto: J. R. Guzzo,
Gazeta
do Povo, 26-5-2025, 14h55
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