Paulo Hasse Paixão
Um grupo de jovens invadiu a igreja de Montfavet, em Avignon, no sábado de 19 de maio, gritando “Allahu Akbar” e ameaçando incendiar a igreja – um ato de intimidação que obrigou a polícia a guardar o edifício durante a missa matinal de domingo.
O incidente ocorreu pouco
depois das 19h30, quando a missa da noite já tinha terminado. De acordo com o
Padre Laurent Milan, o confronto começou quando um adolescente chegou à igreja
dizendo que se queria converter. Pouco depois, seguiram-se cerca de 10 outros,
alguns dos quais se declararam muçulmanos e pediram para entrar.
De acordo com os relatos do La Provence, o
grupo tornou-se rapidamente agressivo. Um paroquiano relatou a ocorrência
nestes termos:
“Um deles começou a correr
de um lado para o outro. Juntaram-se à volta do padre e começaram a lançar
insultos. Foi o caos. Lutámos para os tirar de lá”.
Des jeunes hommes sont entrés dans l’église du quartier avignonnais de Montfavet, samedi 10 mai, après la messe de nuit 👉 https://t.co/wD7GT4R7jd pic.twitter.com/qBaNmBg5GH
— La Provence (@laprovence) May 11, 2025
Segundo o testemunho do Padre Milan, os jovens lançaram insultos explícitos contra o cristianismo e fizeram repetidas ameaças.
“Não me insultaram diretamente,
mas gritaram coisas como: ‘Jesus, vamos fo***-te’. Gritavam ‘Allahu Akbar’ e
disseram-nos várias vezes: ‘Vamos voltar e queimar a vossa igreja’. Não se
trata apenas de desrespeito. Trata-se de uma ameaça, e não é a primeira.”
O padre apresentou queixa à
polícia nessa mesma noite e cinco testemunhas terão já falado com as
autoridades. Uma fonte policial confirmou que está a decorrer uma investigação
por “insultos não públicos por causa da religião” e “ameaças de destruição perigosa
de pessoas”.
Até domingo, não tinham sido efetuadas
quaisquer detenções, enquanto os fiéis que chegavam para a cerimónia matinal se
deparavam com carros-patrulha e segurança visível.
De acordo com o Padre Milan, a
igreja tem registado um aumento do comportamento antissocial e ameaçador nas
últimas semanas. Poucos dias antes, a 7 de maio, outro grupo de jovens
perturbou uma reunião paroquial, gritando e batendo nas janelas:
“Roubaram-nos um
computador, levaram-nos velas. Alguns atiram bolas contra as paredes da igreja
durante a missa, tentando deliberadamente perturbar-nos.”
As autoridades municipais de
Avignon dizem que estão a levar as ameaças a sério. O Vice-Prefeito Claude
Nahoum afirmou a este propósito:
“Nada justifica insultos ou
ameaças contra representantes religiosos ou locais de culto. Estamos a
acompanhar o assunto de perto”.
Mas quem está por dentro do
contexto social e político francês sabe bem que isto é conversa fiada.
Num dos países com maiores
tradições católicas do Ocidente, uma mesquita é construída e um monumento
cristão é destruído a
cada duas semanas. Em média, mais de dois monumentos cristãos são alvos de
vandalismo a cada 24 horas. Dois terços destes incidentes dizem respeito a
roubo, enquanto o terço restante envolve profanação.
Números recentes da unidade
central de informação criminal francesa indicam que o número de ataques a
“locais de culto” católicos, só em 2018, foi de 877.
Estes números multiplicaram-se
exponencialmente em apenas 10 anos: enquanto 129 igrejas foram vandalizadas em
2008, em 2018, 5.000 edifícios católicos foram destruídos ou identificados como
estando em risco de desaparecer.
Título, Imagem e Texto: Paulo Hasse Paixão, ContraCultura, 27-5-2025
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