Cristina Miranda
Às vezes pergunto-me se isto
já não é patológico. Quem no seu perfeito juízo diria que 2017 foi um
ano saboroso depois do país ter vivido duas das maiores tragédias com
fogos de que há memória com mais de 110 mortos, mais de 300 feridos, mais
outras tantas centenas com traumas psicológicos, com mais de 500 casas ardidas,
mais de 50 empresas reduzidas a cinzas, mais de 500 mil hectares de floresta
que desapareceram? Ninguém! Mas Costa [foto], que logo a seguir a Pedrógão foi
tranquilamente gozar suas ricas férias, consegue pronunciar isto com um largo
sorriso nos lábios enquanto se refugiava em Bruxelas dos estilhaços da bomba
recente da Raríssimas, que atingia em cheio seus membros do governo. Isto é
normal?
Não. Não é normal um
suposto líder democrático, num país democrático agir como pequeno ditador frio
e insensível focado só na propaganda do partido e endeusamento do seu líder.
Mais anormal ainda é ter uma série de idiotas úteis como o Galamba a limpar a
cara e mãos sujas a toda a hora, com a distorção da realidade e achincalhamento
pessoal a quem ouse pôr em causa o líder. Uma espécie de polícia do Governo que
persegue ferozmente os opositores. Das duas uma: ou o líder endoidou ou estamos
numa república comunista. Factos.
Se há sabor a atribuir ao ano
que finda, é o sabor amargo a morte de gente inocente por incúria do Estado,
encurralados e incinerados em fogos, encurralados em hospitais com
legionella. É o sabor a austeridade severa bem patente na carga de impostos indiretos
suportados em 3 orçamentos de Estado que encurralou todos os contribuintes. É o
sabor amargo da dívida pública galopante que encurrala o futuro e promete dias
ainda mais difíceis e terríveis aos cidadãos e empresas. É o sabor indigesto de
não vermos os responsáveis da CGD sentarem-se no banco dos réus porque mataram
o inquérito. É o sabor nojento da gozação com nossa cara da palhaçada com
Tancos e Infarmed. Sim, uma riqueza de sabores amargos que nos revolta
sempre que Costa sorri para as câmaras.
A máquina da propaganda
soviete do Costa jamais conseguirá, com as agências de rating a tirar o país do
lixo psicológico (sim porque o lixo continua todo debaixo do tapete) , com um
Centeno que vai para presidente dum grupo que ninguém quer (Centeno ganhou por
desistência dos concorrentes) pago pelos contribuintes portugueses, com uma
economia que flui sem qualquer interferência do governo apenas pela conjuntura
externa favorável, com uma saída do défice excessivo só com o esforço de 0,8%
(com vendas de F-16 e perdões fiscais) graças à redução fantástica de 8%
do anterior executivo, fazer ESQUECER que este governo ABANDONOU à sua
sorte uma região inteira só porque não dá votos.
Mas haverá sempre cidadãos,
como eu, empenhados em lembrar que um governo não são um grupo de pessoas
privilegiadas, que empregam todos os amigos e familiares e depois se pavoneiam
de um lado para o outro à conta do erário público para aparecer nas televisões
a sorrir e mandar umas bitolas, enquanto fazem umas visitas precárias aos
infortunados dos fogos, fazendo de conta que tratam dos interesses
nacionais, enquanto a sociedade civil se desunha para acudir no
imediato a toda uma região que volvidos 6 meses CONTINUA
praticamente sem as casas, sem abrigos e comida para os animais, sem apoio
psicológico. Por falar nisso onde está a ajuda a Penedo, concelho de
Tondela, totalmente ignorado, SEM UM ÚNICO APOIO DO ESTADO nem
fundo solidário para ajuda às vítimas dos fogos? É só um caso…
A verdade é que não fosse
essa sociedade civil cheia de anónimos altruístas, animais e pessoas já teriam
sucumbido à espera dos donativos e indenizações mínimas de 71 000€ por
entregar.
Um ano saboroso? Uma ova!!
Haja vergonha na cara!!
Título e Texto: Cristina Miranda, Blasfémias,
18-12-2018
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