Haroldo P. Barboza
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Ilustração: Jarbas |
Nossa caminhada na trilha da democracia está comprometida pelo padrão de dirigentes corruptos
que poluem nosso cenário impunemente com a nossa conivência, realçada pela
passividade com que aceitamos as artimanhas montadas de forma que possam
perdurar no comando pelo maior tempo possível. Algo que ficou mais fácil com o
advento das urnas eletrônicas “confiáveis”. Mesmo depois de aposentado ainda devo
conseguir criar atalhos em programas que só serão descobertos uns dois meses
após o pleito – imaginem um rapaz entre 15 e 20 anos passando oito horas por
dia em frente ao teclado.
E nossas últimas esperanças de reverter o rumo da
nau Brasil estão precisando ser costuradas, pois estão esgarçadas pelo abandono
por parte de nossas entidades cívicas responsáveis por mantê-las sempre em
expansão. O silêncio impera entre os consagrados chefes militares que assistem
à degradação moral de nossos símbolos sob a estátua de valorosos patriotas que
tombaram pela tentativa de nos libertar. A mordaça também cala as vozes de
literatos acadêmicos, advogados de primeiro nível, chefes religiosos influentes
e líderes sindicais que assistem o rebanho sendo dizimado de dentro para fora
para servir de alimento para os abutres internacionais. E assim, através da
ignorância alimentada pela censura do conhecimento básico, continua
proliferando o preconceito (principalmente
através do salário e falta de oportunidade) que marginaliza pessoas de peles
escuras, deficientes físicos, mulheres que engravidam e são afastadas do
emprego, optantes por religiões diversas, idosos que cuidaram de nossa infância
e crianças que andam descalças e não recebem apoio para enveredar pela estrada
da oportunidade. Tudo isto agravado pela baixa compreensão de cidadania,
traduzida pelos pequenos atos de nossos desleixos, que somados, trazem enormes
prejuízos de desperdício, reposição e manutenção em todas as áreas de nossa
sociedade doente e que ninguém tem coragem de diagnosticar e aplicar os
remédios adequados. Mesmo que amargos. Quando o povo terá visão para buscar
conhecimentos para contabilizar, fiscalizar, denunciar e controlar a ânsia dos
devoradores de nossa dignidade?
Desta forma nossa pátria vai sendo esfacelada
lentamente (não tão lenta assim). Degradação paulatina das vias de
educacionais, escoamento ilícito de nossas riquezas para as nações
exploradoras, redução da qualidade de vida dos nativos dóceis e sem garra para defender nossa dignidade.
Se um dia for estabelecido que filhos e netos de
parlamentares (de qualquer esfera) tenham de estudar em escolas públicas,
certamente este segmento deve melhorar pelo menos 80% em 5 anos. No entanto,
tal mudança não deve ser implementada pois eles próprios conhecem sua
incompetência para administrar a área pública. Suas cabeças apenas se limitam a
montar “esquemas” para subtrair divisas dos cofres públicos enquanto o povo
paspalho perde tempo (e dinheiro) telefonando para salvar uma desnuda do paredão
do BBBB.
Quando o corpo cambaleante começa a exibir sintomas
de putrefação, com certeza a alma já foi
corroída pela ausência da fé religiosa, confiança nas instituições militares e
pela falta de ânimo para lutar por adequadas oportunidades para criar condições
por uma vida de melhor qualidade para si e para seus herdeiros.
E o pior agora mais evidente em 2014, é saber
que no Nordeste escolas estão sendo fechadas por falta de alunos, pois crianças
estão sendo colocadas em atividades profissionais com menor remuneração
enquanto seus pais ficam nas redes aguardando as “bolsas” demagógicas. Em
centros mais “esclarecidos” escolas fecham por falta de professores pois a
profissão não atrai “sofredores” com os salários indignos oferecidos e falta de
apoio corrompido pelo “estaputo di menor”.
MANTER O POVO NA ESCURIDÃO FACILITA A REELEIÇÃO!
P.S: Esta política de transformar nossa nação em
“Pátria EDU k DORA” começa a frutificar com mais rapidez após dezenas de anos
de estagnação. Os quase 530.000 que tiraram zero (e outros 900.000 que tiraram
abaixo de 4,0) certamente fazem parte do pelotão “aprovado” com ZERO por nossas
prefeituras desde o final do século XX.
E com o advento de smartphones que resolvem até
equações, ajudarão as próximas gerações de zumbis a se tornarem habilidosos
“apertadores de teclas” para fúteis trocas de mensagens que consagram a
imbecilidade que perpetua os ratos do poder.
Título e Texto (e Marcações): Haroldo P. Barboza, Rio de Janeiro, dezembro de 2017
Autor dos livros: BRINQUE E CRESÇA FELIZ / SINUCA
DE BICO NA CUCA
Referendo de sucesso será o que propuser expurgo no
Congresso!
Nossa sociedade é um colosso. Sobrevive no fundo do
poço.
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