![]() |
Foto: Octacílio Barbosa |
David Barbosa
Caso a indenização em favor da
Varig pelo congelamento de tarifas realizado na década de 1980 tivesse sido
paga pela União, a empresa poderia ter se recuperado financeiramente sem ser
vendida. O dinheiro teria sido suficiente para quitar a dívida da companhia
aérea com o fundo de previdência Aerus e com os ex-funcionários demitidos que
não receberam até hoje os seus direitos. A informação foi apresentada na manhã
desta terça-feira (5/12) pelo ex-gestor judicial da Varig, Miguel Dau, durante
audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia
Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) que investiga a falência da
empresa.
De acordo com Dau, além de
sanar o débito com os aposentados e pensionistas do Aerus, a indenização também
conseguiria liquidar as rescisões trabalhistas que até hoje não foram pagas aos
ex-funcionários da companhia.
A ação contra a União foi
promovida pela Varig devido ao congelamento de tarifas nos anos 80, que
provocou um grande desequilíbrio econômico na empresa. A ação já foi julgada
pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas ainda não se sabe quando o dinheiro
será pago.
Financiamento do BNDES questionado
Na audiência, também foi
ouvido o especialista do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES), Sérgio Varella. Varella relatou que o BNDES interveio na crise da
Varig oferecendo um financiamento para ajudar na recuperação financeira da
empresa. “A Varig estava correndo o risco de ter suas aeronaves arrestadas
permanentemente. Então, o BNDES concedeu um financiamento aos interessados na
compra da companhia: cobriríamos dois terços do custo de aquisição da empresa”,
afirmou.
Porém, o comandante Elnio
Borges, vice-presidente da Associação de Pilotos da Varig, contestou o
empréstimo oferecido, segundo ele, “sem necessidade”. “As empresas interessadas
queriam comprar a Varig por US$ 62 milhões. Porém, uma avaliação foi feita e
divulgada pela imprensa, que estimava o valor de mercado da companhia em US$
350 milhões. O BNDES ofereceu o financiamento de dois terços deste valor, que
era o preço justo. Mas no fim, a Varig foi vendida por apenas US$ 62 milhões, e
ainda assim os investidores receberam o empréstimo”, declarou.
Segundo Varella, o
financiamento foi quitado em poucos meses, antes do prazo concedido. O deputado
Paulo Ramos (PSol), presidente da CPI, afirmou que irá cobrar do BNDES
esclarecimentos quanto ao empréstimo. “Está evidente que o caso Varig foi uma
grande maracutaia, com a participação de instituições importantes. O sofrimento
hoje está sendo suportado pelos ex-funcionários da empresa, que morrem vendo
ser confirmado cada vez mais o crime que foi praticado contra o país e contra
eles”, declarou o parlamentar ao fim da sessão.
Também participou da audiência
o deputado Tio Carlos (SDD).
Relacionados:
Me pareceu a intervenção de Miguel Dau demagógica. Ora, todos sabemos que se a RG tivesse recebido o valor da Defasagem Tarifária, o "dinheiro teria sido suficiente..."
ResponderExcluirEsta CPI é um tremendo engodo! É um bla bla ba! Vai virar como outras tantas CPIs numa grande Pizza!
ResponderExcluirEstá cheia de interesses obscuros!
Heitor Volkart
Apenas um detalhe significativo.
ResponderExcluirTalvez tivesse salvo a VARIG, pergunto se a VARIG quitaria seus débitos com o AERUS?
Essa é a premissa a ser respondida.
Quantas renegociações mais seriam feitas?
Só estamos recebendo por causa da falha do governo em fiscalizar.
pois é acho que em meu túmulo receberei algo
ResponderExcluirQuem ? A "Vossa" querida Gabriela Baggio ! Coloque-a na roda para esclarecer.
ResponderExcluir