segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Agora é que é a crise do capitalismo

José António Rodrigues Carmo
150 anos depois de Marx profetizar para daí a pouco, a crise final do capitalismo, a malta continua convicta de que o capitalismo é a fonte de todos os males e que o seu fim está anunciado nas estrelas do determinismo histórico.

Claro que é fácil, cómodo e grátis acusar abstrações (como o "neoliberalismo", por exemplo), mas acusar o capitalismo por tudo o que é imperfeito, é como acusar o tráfego pelos acidentes.

Quem são então os responsáveis? As pessoas, eu, nós!

As pessoas que abusam do seu poder ou da sua informação, na política e nos negócios.

O capitalismo é, até à data, em toda a história da humanidade, o melhor sistema que inventámos, nós, sapiens, para criar riqueza, bens e serviços. Quem tiver melhor que mostre!

Mas não tem uma moralidade intrínseca (tinha-a implícita, na ética protestante onde nasceu) para além da liberdade que nos dá de fazer as nossas próprias escolhas, sejam elas certas ou erradas.
Claro que o abuso da liberdade pode conduzir à anarquia, prepotência e ganância.
Mas a ganância não é o capitalismo. A ganância sempre existiu, o capitalismo não, o que prova, por si só, que não são a mesma coisa, como muita gente pensa.

Umas certas esquerdas e direitas anti-capitalistas (BE, PCP, PNR, etc) estão-se nas tintas para estas distinções, principalmente porque odeiam o lucro.
Um ódio que bebe na ideia marxista de que o lucro é, por definição, o resultado da exploração do homem pelo homem. É, portanto, uma coisa má, um pecado mortal que merece condenação e ódio.

Assim sendo considera-se irrelevante o facto de o capitalismo ter melhorado para níveis inéditos as condições de vida de centenas de milhões de seres humanos. E, ainda que o socialismo tenha falhado rotundamente esse mesmo objectivo, em todas as latitudes onde foi experimentado, de algum modo acreditam que o socialismo é que há de ser a solução. Trata-se de uma Fé, por definição imune aos factos e que perdura apesar deles.

Quando a malta protesta contra o capitalismo, está a errar o alvo por muitas milhas. Os monopólios, os corporativismos, os negócios patrocinados pelos favores políticos, são a antítese do capitalismo, entendido como mercado livre, sujeito apenas às regras de funcionamento que o tornem eficaz e fiável (e essas regras sim, têm de ser vigiadas e aplicadas pelo Estado). Onde há monopólios não há competição e, por sistema, os preços sobem, os salários baixam e os bens e serviços perdem qualidade.

Muitas destas pessoas estão genuinamente preocupados com um mundo cuja complexidade as assusta, mas não se apercebem que estão apenas a servir de figurantes, numa peça regida por activistas profissionais, movidos pelo puro ódio ideológico ao capitalismo.

Nas universidades, tomadas de assalto pelos intelectuais orgânicos inspirados por Gramsci, os jovens são doutrinados nas velhas noções marxistas da luta de classes, amalgamadas no niilismo da pós-modernidade. Incapazes de perceber como funciona o sistema em que vivem, são facilmente manipulados pelas raposas velhas do activismo esquerdista, de resto bem financiadas, por dinheiros milionários apostados na destruição do sistema que os gerou. O caso de Soros é conhecido e está por detrás de centenas de organizações apostadas na implementação do socialismo, desde ONG's a estações de rádio e televisão.

Os problemas que esta gente pode criar não irão destruir o capitalismo, nem trazer novamente o desacreditado socialismo, ou uma qualquer utopia salvífica. Apenas criar caos, desordem, destruição e pobreza. 
Título e Texto: José António Rodrigues Carmo, Facebook, 28-9-2015

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