José António Rodrigues Carmo
150 anos depois de Marx
profetizar para daí a pouco, a crise final do capitalismo, a malta continua
convicta de que o capitalismo é a fonte de todos os males e que o seu fim está
anunciado nas estrelas do determinismo histórico.
Claro que é fácil, cómodo e
grátis acusar abstrações (como o "neoliberalismo", por exemplo), mas
acusar o capitalismo por tudo o que é imperfeito, é como acusar o tráfego pelos
acidentes.
Quem são então os
responsáveis? As pessoas, eu, nós!
As pessoas que abusam do seu
poder ou da sua informação, na política e nos negócios.
O capitalismo é, até à data,
em toda a história da humanidade, o melhor sistema que inventámos, nós,
sapiens, para criar riqueza, bens e serviços. Quem tiver melhor que mostre!
Mas não tem uma moralidade
intrínseca (tinha-a implícita, na ética protestante onde nasceu) para além da
liberdade que nos dá de fazer as nossas próprias escolhas, sejam elas certas ou
erradas.
Claro que o abuso da liberdade
pode conduzir à anarquia, prepotência e ganância.
Mas a ganância não é o
capitalismo. A ganância sempre existiu, o capitalismo não, o que prova, por si
só, que não são a mesma coisa, como muita gente pensa.
Umas certas esquerdas e
direitas anti-capitalistas (BE, PCP, PNR, etc) estão-se nas tintas para estas
distinções, principalmente porque odeiam o lucro.
Um ódio que bebe na ideia
marxista de que o lucro é, por definição, o resultado da exploração do homem
pelo homem. É, portanto, uma coisa má, um pecado mortal que merece condenação e
ódio.
Assim sendo considera-se
irrelevante o facto de o capitalismo ter melhorado para níveis inéditos as
condições de vida de centenas de milhões de seres humanos. E, ainda que o
socialismo tenha falhado rotundamente esse mesmo objectivo, em todas as
latitudes onde foi experimentado, de algum modo acreditam que o socialismo é
que há de ser a solução. Trata-se de uma Fé, por definição imune aos factos e
que perdura apesar deles.
Quando a malta protesta contra
o capitalismo, está a errar o alvo por muitas milhas. Os monopólios, os
corporativismos, os negócios patrocinados pelos favores políticos, são a
antítese do capitalismo, entendido como mercado livre, sujeito apenas às regras
de funcionamento que o tornem eficaz e fiável (e essas regras sim, têm de ser
vigiadas e aplicadas pelo Estado). Onde há monopólios não há competição e, por
sistema, os preços sobem, os salários baixam e os bens e serviços perdem
qualidade.
Muitas destas pessoas estão
genuinamente preocupados com um mundo cuja complexidade as assusta, mas não se
apercebem que estão apenas a servir de figurantes, numa peça regida por
activistas profissionais, movidos pelo puro ódio ideológico ao capitalismo.
Nas universidades, tomadas de
assalto pelos intelectuais orgânicos inspirados por Gramsci, os jovens são
doutrinados nas velhas noções marxistas da luta de classes, amalgamadas no
niilismo da pós-modernidade. Incapazes de perceber como funciona o sistema em
que vivem, são facilmente manipulados pelas raposas velhas do activismo esquerdista,
de resto bem financiadas, por dinheiros milionários apostados na destruição do
sistema que os gerou. O caso de Soros é conhecido e está por detrás de centenas
de organizações apostadas na implementação do socialismo, desde ONG's a
estações de rádio e televisão.
Os problemas que esta gente
pode criar não irão destruir o capitalismo, nem trazer novamente o
desacreditado socialismo, ou uma qualquer utopia salvífica. Apenas criar caos,
desordem, destruição e pobreza.
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