quinta-feira, 27 de abril de 2017

GM sai da Venezuela pagando o preço de ter apoiado ditadores

Luciano Ayan

Na semana passada, General Motors (GM) cessou suas operações na Venezuela e demitiu 2,700 funcionários. As informações são de O Globo

Na quarta passada, a fábrica foi “inesperadamente tomada pelas autoridades venezuelanas, que impediram que continuasse operando com normalidade”, disse Julia Bastos, porta-voz da GM no Brasil, em um e-mail enviado na quinta (20). “Outros ativos da companhia, como veículos, foram ilegalmente retirados das instalações”, acrescentou.

A unidade tinha capacidade de fabricar 100.000 veículos por ano, mas estava praticamente paralisada pelo colapso econômico do país e as restrições para conseguir dólares para importações em meio a um férreo controle de mudança. “A GM rejeita enfaticamente as medidas arbitrárias tomadas pelas autoridades e iniciará ações legais, dentro e fora da Venezuela, para defender seus direitos”, disse a companhia em um comunicado.

Porém, em 2015, a GM decidiu apoiar a ditadura venezuelana, dizendo, então: “A produção segue na Venezuela e nenhuma decisão será tomada para encerrar as operações. Continuaremos a trabalhar juntos com o governo venezuelano para buscar soluções de conversão de moeda”.

A GM não entendeu a lição: em um ambiente socialista/comunista, as corporações não possuem propriedade privada e estão submetidas aos desejos dos ditadores em um esquema que transita do capitalismo de compadrio para o capitalismo de laços. No fundo, a GM não será reembolsada e vai perder todos seus ativos. Esse é o preço de fazer negócio com ditadores.
Título e Texto: Luciano Ayan, Ceticismo Político, 26-4-2017

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