Escreveu esta semana no Facebook uma crítica ao alinhamento editorial
dos telejornais…
Especifiquei um, porque tinha
acabado de o ver, que era o da TVI. Achei inconcebível que um telejornal
tivesse demorado uma hora a dar uma notícia importante da actualidade sobre o
emprego – sendo ele um dos principais problemas do país, e sobretudo
tratando-se de um dado internacional face aos outros países europeus. Olhei
para o relógio e faltavam 6 minutos para as 21h – até podia ter havido muitas
notícias mais importantes, mas não. Tiveram basicamente o programa de humor do
Ricardo Araújo Pereira, que eles inserem dentro do telejornal e que acho
inconcebível. Tiveram crime... Não é o crime de coisas tão estranhas que nos
fazem perguntar se o país está a mudar nos costumes, não. O crime do rapaz que
foi baleado em Olhão, da senhora que foi estrangulada pelo marido... tudo isto
foi antes desta notícia. Mas isto é só um exemplo. Tudo o que disse foram
factos para demonstrar que aquele jornal está ao serviço da campanha de António
Costa. Como estão outros.
Há outros meios ao serviço de António Costa?
A imprensa em geral, com este complexo de esquerda que
tem desde sempre, posiciona-se à esquerda. À esquerda, como se o PS
fosse de facto uma esquerda. Nota-se sempre e não tem qualquer complexo em
fazê-lo. Umas vezes fá-lo mais subtilmente, é mais inteligente, outras vezes
fá-lo sem qualquer complexo. E a TVI é um caso disso. Por exemplo, o “Público”, nesta última semana –
depois de António Costa ter dito variadíssimas vezes que, mesmo sem conhecer o
Orçamento do Estado para 2016, o vai chumbar, que não está disposto a dialogar
nem a negociar a Segurança Social – tinha como título do segundo caderno, com
um trabalho extenso sobre António Costa, “O Conciliador”. É
extraordinário, não é? Por exemplo, a SIC, na pré-campanha, tinha uma
reportagem muito bem feita, mas completamente de desgaste deste governo.
Foram buscar tudo o que de mal
tem a situação social deste país e colocaram no meio frases de Pedro Passos
Coelho que ficam descontextualizadas, daquelas da emigração, das que
conhecemos. Mas ia buscar as pessoas que estão em situação má, casos concretos,
e no meio metia o primeiro-ministro a dizer frases. E aquilo era nitidamente,
nesta altura, uma grande reportagem que não se pode atacar porque aqueles casos
existem. Mas aquelas frases têm uma altura. Algumas foram ditas há dois anos, e
são descontextualizadas. E aqueles casos são alguns casos. Só que a reportagem
falava desses casos sem falar da evolução. Também nunca se fala sobre o que
ocasionou aquilo.
[…]
Entrevista a Margarida Vaqueiro Lopes, Vítor Rainho e Rodrigo Cabrita, jornal “i”
Marcação: JP
Interessante ver e ler pessoas 'midiáticas', mais conhecedoras da realidade portuguesa do que eu, afirmarem o que depois de algum tempo eu percebi: o domínio absoluto e constrangedor das esquerdas nas redações (de jornais, revistas e TVs) lusas. Foi por isso que deixei de ler jornais e de assistir aos panfletários telejornais.
ResponderExcluirAtenção, eu escrevi redações. Isto quer dizer que tendo o jornal articulistas não de esquerda, não significa que a redação seja plural, pegou?