terça-feira, 28 de março de 2017

Uso equivocado das redes sociais em campanhas eleitorais

Cesar Maia
       
1. No Painel da Folha de S. Paulo, Vera Magalhães destacou, na época, o planejamento do PSDB para uso das redes sociais na campanha presidencial de 2014. Diz assim: O comando da campanha de Aécio Neves (PSDB) ao Palácio do Planalto montou uma força-tarefa para formar nove mil militantes em todo o Brasil para atuar nas redes sociais a favor da candidatura do tucano. Até o fim de maio, serão trezentas sessões de treinamento. Os militantes são orientados a difundir noticiário positivo de Aécio e críticas ao governo Dilma Rousseff. O PSDB bancará os custos com salas e equipamento. O PT fará evento semelhante, em abril, em São José dos Campos (SP). Segundo um dirigente tucano, a maior parte dos militantes é jovem e quase todos são voluntários. Reservadamente, o partido admite pagar uma ajuda de custo para incentivar a adesão ao programa.
        
2. Este EX-BLOG, em notas anteriores, sublinhou que os “turistas” nas redes sociais, acionados por interesse eleitoral, vendidos por agências que se dizem especializadas em marketing na internet, têm muito pouca ou nenhuma eficácia. As notas postadas nas redes têm um potencial efetivo de multiplicação quando são de iniciativa daqueles que já estão nas redes e, portanto, conhecem a sua rotina e avançaram em circunferências interativas de atenção.
       
3. Muito mais ainda. A lógica das redes parte da iniciativa dos indivíduos e não de máquinas partidárias ou organizações específicas. Quando essas são identificadas, a credibilidade dos repasses desmorona. E, principalmente, quando se trata de ação política orquestrada e verticalizada. Imagine notícias pasteurizadas e distribuídas para postagem dos nove mil “contratados”.
     
4. Há um vetor correto na proposta: não fazer campanha explícita do candidato, mas multiplicar ideias que produzam convergência espontânea e sinergia com as ideias do candidato – a favor dele e contra seus adversários.
       
5. O que se deve fazer, e já deveriam ter feito há muito tempo, é identificar os militantes e simpatizantes que já estão nas redes, cotidiana e sistematicamente, e buscar com eles criar canais de informações que estes multiplicariam ou não, ajustando da forma que entenderem seus textos. O estímulo central não pode nunca tirar o caráter espontâneo das iniciativas individuais. Lembre-se que uma só pessoa na rede pode ter um multiplicador maior que os nove mil. Identificar essas pessoas – militantes/simpatizante teria um valor agregado potencial milhares de vezes maior.
       
6. A publicidade na internet nos ensina isso. Empresas pagam para postar seus banners nos tipos de comunicação em rede de pessoas que já partem de um volume sensível de acessos.
Título e Texto: Cesar Maia, 27-3-2017

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