sábado, 26 de março de 2016

A diferença entre socialismo e capitalismo explicada a leigos

Vitor Grando
Acho que descobri a melhor e mais simples forma de ensinar ao leigo a diferença entre socialismo e capitalismo. Infelizmente, dado o pesado viés ideológico da nossa educação, a massa entende por capitalismo e socialismo o exato oposto do que tais ideias representam.

Recentemente numa conversa entre amigos sobre o tema, ao atacar as consequências práticas de toda forma de centralização econômica (i.e., socialismo), ouvi como resposta que eu ignorava as consequências do extremo da posição que defendo (capitalismo, ou melhor liberalismo), a saber, a insensibilidade em relação aos miseráveis em nome do acúmulo de capital. Isso demonstra o tamanho da desinformação que recebemos através das escolas e faculdades, que distorce terrivelmente a natureza desses dois sistemas, porque capitalismo não é isso. Capitalismo não prega dinheiro acima de tudo, porque ele é um sistema econômico e não um sistema que preceitua valores éticos sobre o que é certo ou errado. Moralmente ele é neutro, portanto.


A forma mais simples de demonstrar isso é apresentando um fato da vida de Madre Teresa de Calcutá - notória defensora dos pobres. Em 1979, a Madre recebeu em razão do Prêmio Nobel da Paz a quantia de um milhão de dólares. Mas o que ela fez com essa quantia que tanto gostaríamos de receber para "resolver" nossas vidinhas? Coerente com sua vida, ela entregou seu milhão aos pobres.

A pedagógica pergunta que se coloca agora é:

"A conduta de Madre Teresa, nesse ponto, estava de acordo com os princípios do socialismo ou do capitalismo?".

Aposto um braço que invariavelmente a resposta recebida até mesmo daqueles com poucas simpatias com a esquerda será: "É... realmente estava de acordo com o socialismo".

É aí que está a deixa para se ensinar de modo simples a diferença entre os dois sistemas: "Não! Não! Mil vezes não! Entregar seu milhão de dólares aos pobres é a exata antítese do que preconiza o socialismo. A conduta de Madre Teresa é a melhor representação do que é o capitalismo". Nesse momento virão os olhares de descrença e desdém.

Mas a questão é muito simples. O que o sistema capitalista (liberalismo é o termo correto, lembre-se) preconiza é que o INDIVÍDUO é responsável pelo seu dinheiro e é LIVRE para decidir o que fazer com seus recursos e NINGUÉM tem o direito de decidir o que VOCÊ tem de fazer com o que é SEU.

Portanto, no capitalismo você pode gastar toda sua fortuna com drogas e prostituição; mas é no capitalismo que você pode dedicar TODOS os seus recursos aos pobres e a ajudar a quem quer que necessite.

Em contrapartida, isso NÃO é possível num regime socialista, pois no socialismo a ideia é o Estado USURPAR o milhão de Madre Teresa para si para decidir em nome de um suposto bem coletivo o que fazer com os recursos. Invariavelmente, em razão do enorme tamanho do Estado e da burocracia, os recursos se perdem em meio à corrupção e no financiamento da máquina necessária para fazer o Estado funcionar. Assim, do milhão sobra alguns poucos milhares para serem dirigidos a serviços públicos de péssima qualidade. A priori a lógica mostra que é assim que funciona; a posteriori a História prova que é assim que acontece.

A origem de toda essa confusão está em confundir sistemas econômicos com sistemas morais. Socialismo e capitalismo são tão somente sistemas econômicos e, portanto, amorais. É por isso que a religião é fundamental como consciência moral de uma nação e para instruir a prática dos indivíduos em sistemas econômicos. É por isso que os Estados Unidos da América são a poderosa nação que são. Um sistema econômico livre e uma consciência moral profundamente influenciada por valores cristãos e, por isso mesmo, são a nação que mais doa dinheiro para caridade - em valores absolutos E RELATIVOS.

No socialismo, temos a comprovada ineficácia do Estado em gerir recursos e as centenas de problemas derivados da centralização econômica tais como a disseminação da miséria. O pior dos mundos.

No sistema capitalista sem consciência moral cristã, temos uma sociedade onde a indiferença deixará perecer os mais frágeis que por contingências da vida sofreram revesses econômicos.

No sistema capitalista com consciência moral cristã, temos uma economia sólida, próspera e onde aqueles que estão em cima se veem moralmente responsáveis por uma mínima ascensão dos que estão abaixo.

E agora? De que lado você fica? 
Título e Texto: Vitor Grando, 26-3-2016

3 comentários:

  1. Explicada a leigos de... boa-fé. Porque aos outros leigos não haverá explicação possível!...

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  2. Prezado Vítor, perfeita colocação e exemplos, ah!! Que bom seria se as classes sociais C, D e talvez a B, também, tivessem um pouco mais de cultura!!! Só um pouco, já seria um grande avanço para alguns Países.
    Quiçá um dia!!!

    Os Grandes Malfeitores se escondem atrás dos Trabalhadores, Socialistas, Comunistas, Sindicalistas e Populistas, e também juntos à Governos!
    O nosso Povo precisa apreender muito ainda!
    Heitor Rudolfo Volkart

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  3. Acho a opinião e as premissas legítimas e corretas exceto uma.
    A tal de moral cristã.
    Eu acredito firmemente que ética, moral não está ligada a religião, creio que esta é um moderador, mas não impede a imoralidade, vide padres e pastores estupradores e pedófilos, além de roubarem seus fieis com a teoria do dízimo.
    Eu tenho certeza que em qualquer ambiente há de se encontrar caráteres éticos e morais. Independente de religiões apenas com educação de alto gabarito.
    Num sistema político socialista ou liberal HONESTO podemos ter com certeza grandes evoluções. Ademais o socialismo jamais será um sistema econômico, é apenas um sistema político que teima em regular o sistema econômico capitalista.
    Eu debato sobre misturar religião com sistemas políticos.
    Todo estado deve ser laico, pelo simples ensejo da livre liberdade religiosa e não religiosa.
    Quando vejo religiosos na política, enxergo leis discriminatórias, e o emprenho em defender atos corruptos.
    Muito confundem TRADIÇÃO, FAMÍLIA E PROPRIEDADE com uma teoria direitista e ligada a religião.
    Muitos cientistas políticos comungam que, manter as tradições familiares e regionais é um direito irrefutável do indivíduo desde que não queira que obrigar que outros as sigam. A propriedade é um direito humano, que os esquerdistas defendem apenas para índios e quilombolas no Brasil, e tentam tirar dos que trabalham e estudam para o desenvolvimento pessoal e da nação.
    De resto eu não usaria Madre Teresa como exemplo, eu mostraria que Bill Gates e sua fundação doaram muito mais à África do que as nações unidas, independente da religião do senhor Bill Gates.
    fui...

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