Words of Rock'n'Rolla

A ocidentalidade desaparece no quarteirão anterior mas isso até pode ser encarado como algo engraçado. Afinal, somos países que levam a inclusão a sério. O que me fez mesmo reflectir neste assunto foram as mulheres. Não há mulheres nesta rua. Há seres estranhos, tapados (literalmente) dos pés à cabeça, e mesmo os olhos, essenciais à circulação, são dificilmente perceptíveis. E é esta estranheza que me incomoda. Eu não sei se aqueles seres tapados são realmente mulheres, afinal, qualquer um se pode esconder por trás daqueles trajes, basta querer.
Nada disto tem a ver com
terrorismo, e eu estou longe de chamar terroristas àquelas mulheres. O que está
aqui em questão é a tolerância. Eu não pude usar biquini em diversas praias de
Marrocos, porque isso é inaceitável naquela cultura.
As minissaias e os calções são proibidos às mulheres nos centros comerciais do Dubai. Mas há ruas, em Londres, completamente rendidas às burcas.
E nós, ocidentais, aceitamos isso. Sou xenófoba quando a tolerância é unilateral, quando somos obrigados a tolerar o intolerável na nossa cultura. Sou xenófoba quando a estranheza dos seres me faz ter medo.
Porque, na realidade, aquelas mulheres em nada se assemelham a seres humanos, ou ao que a minha cultura visual assimila como ser humano. Tinha guardado estes pensamentos só para mim mas decidi partilhá-los hoje. Não dá mais para ignorar que vivemos um choque de civilizações neste século XXI. E se nós, ocidentais, prescindimos de ir à praia e nos tapamos para entrar numa mesquita, gostava que o mesmo se aplicasse às outras culturas e que as mulheres de Whitechapel parecessem mulheres, mesmo sendo muçulmanas.
Título, Imagem e Texto: Words of Rock 'n' Rolla, 22-3-2016
A "burka" ou burca deve ter sido uma invenção machista. O motivo é óbvio. Se a mulher for linda ninguém paquera ...
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