J.M. Ferreira de Almeida
Madrid, Londres, Paris,
Bruxelas...
Centenas de pessoas comuns
mortas, estropiadas, famílias destroçadas, o dia-a dia pautado pelo medo
instalado nas cidades por toda a Europa.
Percebo a boa intenção de quem
diz que o melhor amigo do terrorismo é o medo e que ter medo é assim como uma
rendição ao terrorismo. Mas percebendo, não posso concordar com quem - como o
meu Amigo e deputado europeu Carlos Coelho que há pouco ouvi - me diz que, como
europeu, tenho de me habituar a viver num clima com "algum" nível de
insegurança.
Não. Não temos de nos habituar
pois essa é, na realidade, a grande rendição. Se é verdade que a Europa não
pode desistir dos seus valores mais nobres, da tolerância e dos que alicerçam a
democracia, também não pode conformar-se assim, interiorizando o medo,
coexistindo com ele, aceitando viver com o coração nas mãos de cada vez que um
filho nosso parte para uma cidade, rezando para que não se transforme no
inferno de um novo palco de uma guerra cobarde.
Pergunto-me com que força
interior os europeus podem aceitar viver neste clima, provado que está que o
absoluto desprezo pela vida humana que carateriza o terrorismo nunca encontrará
resposta nesta ideologia de quase aceitação do previsivel sacrifício de mais
largas centenas ou milhares de vidas como efeito inevitável de uma guerra sem
quartel no seio das nossas próprias cidades.
É hora de os dirigentes
políticos perceberem que tudo tem de ser posto em questão. Sem complexos
repensar Schengen, olhar de outra forma para as fronteiras externas, reforçar
os meios de inteligência, funcionarmos como uma verdadeira união política,
desde logo unidos no propósito de perseguir sem dó nem piedade quem se serve
dos nossos valores, vive à sombra deles para os destruir em nome do ódio.
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