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Implicante
Uma figura interessante brotou
nas redes sociais nestes dias de passeatas e manifestações: o “falso isentão”.
Tal pessoa costuma fingir ponderação, mas sem muito êxito em esconder a mágoa
com o fato de que o povo esteja ocupando as ruas para protestar contra o
governo petista.
Historicamente, o esquerdismo
sempre se disse a favor da ocupação das ruas, das manifestações populares e
coisas do tipo. Mas eles estão numa grande sinuca, pois isso hoje acontece
justamente contra o partido que eles adoram. E agora?
Bom, agora eles se saem com
falácias. Vamos desmentir as cinco principais.
É golpe, sou a favor da democracia
Primeira mentira: não é golpe.
Segunda mentira: não são tão a favor assim da democracia. Não é golpe justamente
porque o impeachment é uma medida legal, prevista na constituição democrática,
que GARANTE ao povo o poder sobre seus governantes caso cometam crime de
responsabilidade. Ponto. E, se são mesmo a favor da democracia, deveriam ser
também favoráveis à aplicação da Constituição Federal. Aliás, já notaram o
silêncio dessa gente “a favor da democracia” sobre a nomeação de ministro para
escapar da justiça comum? É o mesmo silêncio que eles fazem quando se fala em
“democracias” como Cuba, Venezuela etc. Recapitulando: sim, o impeachment é
democrático e o “falso isentão” quase nunca é totalmente a favor da democracia.
Não apoio o governo, mas também não apoio a oposição
Essa é das boas. Querem passar
a ideia de que as manifestações seriam propostas por oposicionistas, ou feitas
para consagrá-los, mas obviamente não é nada disso. Alguns líderes da oposição
oficial, aliás, são expulsos aos xingos. Isso porque o movimento é CONTRA o PT,
sim, mas não por isso favorável a partido X, Y ou Z. Os poucos políticos aplaudidos
são aqueles que defendem as IDEIAS dos manifestantes, não os que vão pra lá
fazer campanha pessoal ou de seus partidos. É o básico do básico: ser contra
este governo não significa ser a favor deste ou daquele partido.
Não concordo com fulano, que está junto
É o velho truque de pegar uma
pessoa X ou fato isolado Y, num movimento de milhões e milhões, para tentar
passar a ideia de que todos sejam assim. É uma prática antes de tudo suja, e
não espanta que a adotem indiscriminadamente. Mas vamos lá desmentir também
esta, falando apenas o óbvio: não, não se julga o todo pela parte. Em qualquer
evento com mais de 100 pessoas, é fato, haverá certamente um ou outro de quem
discordamos. Se o contingente total salta para os milhões, é claro que terá
esta ou aquela pessoa de quem não gostamos. Mas isso não reflete o TODO. Isso
não quer dizer que TODO MUNDO contra o PT pense como determinada e isolada
figura, seja ela quem for. Um partido com extrema impopularidade não pode jogar
nos outros a culpa por ser odiado por tanta gente diferente. É isso.
Quem assume é o Temer e ele não será melhor que a Dilma
Sim, será. E nem é preciso
entrar nos méritos ou deméritos próprios: ele será melhor simplesmente porque
não dá para ser pior ou igual. Dilma é insuperável na incompetência e ninguém
conseguiria ser pior nem mesmo fazendo de propósito. De mais a mais, será mesmo
Temer a assumir por um único motivo: quem votou na Dilma, votou nele. Não
podem, agora, fazer de conta que ele foi eleito de forma separada. Nada disso. Lá
na urna, quando lacraram o 13 e confirmaram, lá estava também o nome e a foto
de Michel Temer. Então quem votou também nele, convenhamos, não pode agora nos
culpar porque é ele quem está na linha sucessória.
A corrupção não acabará
A Operação Lava Jato tem
por objetivo investigar o Governo Federal. Quem ocupa este governo é o PT,
aliado a outras siglas, de modo que OBVIAMENTE são eles os investigados NESTA
operação. E uma única investigação não teria como resolver TODO O PROBLEMA DA CORRUPÇÃO
NO PLANETA. Se eles acham que algum outro partido não é suficientemente
investigado, ou que determinado processo não andou como deveria, o correto é
protestar para que isso aconteça, sem desmerecer a Lava Jato. Outra atitude
correta seria parar de apoiar políticos corruptos sob a “justificativa” de que
outros também o são. Além disso, muitas vezes emendam com o famoso “vai
continuar tudo igual”. É lorota, claro, pois as coisas vão melhorar (de novo:
não dá para ser pior que este governo). E, de mais a mais, aceitando o
“argumento” de que tudo continuaria na mesma, pelo menos seria feita justiça.
“Dar na mesma”, por “dar na mesma”, então ficaria a mesma coisa mas com alguns
corruptos punidos. Já estaremos no lucro.
Enfim, é isso. Já dá para
rebater o “falso isentão” que se esconde em falácias porque tem vergonha de
dizer que apoia quem de fato apoia.
Título, Imagem e Texto: Implicante,
19-3-2016
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