Dia 18: meio expediente?!
Cesar Maia
1. Entre os candidatos a Presidente da República, ganhou Marina
Silva, que ficou na sombra e não se expôs imprudentemente como Aécio e Alckmin.
O NÃO é a palavra de ordem das massas quando protestam. Nelson Rodrigues dizia
que no Maracanã cheio se vaia até minuto de silêncio. Lula – no auge da
popularidade – levou cinco vaias na abertura dos Jogos Pan-americanos de 2007
no Maracanã.
2. Candidatos a prefeito que se expuseram também foram vaiados,
como Marta Suplicy em São Paulo e Indio da Costa no Rio. Freixo ficou na
sombra.
3. Quem perdeu? Claro, perdeu Dilma. Mas com uma novidade. A
decisão do STF de que a votação do impeachment teria que ser com voto aberto, o
que interessava a Dilma, agora passou a interessar aos que defendem o
impeachment. Que parlamentar vai cravar o nome no painel contra o impeachment
ou se ausentar? A emenda Dante de Oliveira, das Diretas Já, não conseguiu os
2/3. Meses depois, o ruído das ruas havia chegado à base aliada do governo e
Tancredo foi eleito pelo voto aberto no plenário. E a base do governo
Figueiredo se dividiu ao meio.
4. PT convocou passeata de resposta para esta sexta-feira, 18, para
que pequenos grupos, no horário de saída do trabalho, consigam provocar
sensação de muita gente. Mas o que podem provocar é o caos na saída das pessoas
para suas casas. Servidores e empresas estão pensando num meio expediente para
não ajudar o tumulto.
5. Em 1992, Collor convocou o Povo para responder às manifestações
– caras pintadas, etc. – usando verde e amarelo num certo dia. As pessoas
saíram de preto. Sindicatos e Partidos realizaram dia 13 de março de 1964 o
Grande Comício da Central com milhares de pessoas em apoio a Jango. Provocaram
o outro lado. No dia 19 de março de 1964 em S.Paulo foi realizada a passeata – Com Deus, com a Família pela Liberdade – com
1 milhão de pessoas.
6. (Monica Bergamo - Folha de S. Paulo, 14)
6.1. O impeachment volta a ser, para parte da oposição e seus
aliados, o caminho tido como o mais viável para a tentativa, considerada
urgente, de afastar Dilma Rousseff do poder. Ainda que Lula integre seu
ministério. O processo no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mesmo impulsionado
por delações eventualmente bombásticas de empreiteiras sobre a campanha de
Dilma Rousseff e de Michel Temer de 2014, é considerado lento demais.
6.2. E PMDB e o PSDB têm pressa na solução da crise: são cada vez
mais frequentes informações que dão conta de que vários de seus principais
líderes podem ser atingidos em cheio por delações premiadas. Calheiros disse,
em reunião recente, que é generalizada a sensação, entre os políticos, de que
qualquer um deles pode ser preso a qualquer momento.
6.3. A saída de Dilma, no
mesmo raciocínio, teria o condão de "esfriar" as investigações da
Lava Jato. Há uma crença de que parte da imprensa retiraria o combustível que
respaldaria hoje praticamente todas as ações de investigadores e do juiz Sergio
Moro.
Título e Texto: Cesar Maia, 15-3-2016
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos.
Se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-