sábado, 8 de junho de 2013

Dezenas de sírios tentam fugir da guerra civil para dentro de Israel

Francisco Vianna
Soldados da Defesa de Fronteira de Israel (DFI), na passagem de Quneitra, transitoriamente abrigam civis sírios até que o perigo passe; três morteiros caíram sobre as Colinas de Golan.

Soldados da ONU vigiam enquanto um caminhão da CICV (Comissão Internacional da Cruz Vermelha) carregado com maçãs atravessa a fronteira na passagem de Quneitra entre as Colinas de Golan em Israel e a Síria.
Sírios fugindo da luta feroz próxima à fronteira sírio-israelense tentam escapar através da passagem de fronteira de Quneitra. Isso começou na quinta-feira. Soldados de DFI deram abrigo a civis sírios dentro dos prédios da passagem, e em seguida os enviaram de volta à Síria quando acharam que já era seguro fazê-lo. Além disso, os militares israelenses disseram aos jornais do país que três morteiros caíram em áreas abertas no norte e no centro das Colinas de Golan ontem, sem que, contudo, fossem relatados prejuízos materiais e vítimas humanas.
As forças de oposição e as do governo sírio permaneceram engajadas em combates de uma batalha feroz que duraram horas, próximo e no entorno da passagem de fronteira de Quneitra, a única passagem entre Israel e Síria na região.
A parte síria da passagem tinha sido capturada pelos rebeldes de manhã cedo, segundo um informante rebelde, que disse que sua organização infligiu “pesadas perdas” nas tropas governamentais mantendo a posse da passagem e conseguiram destruir quatro tanques.
Mas as forçass leais ao Presidente sírio Bashar Assad iniciaram um contrataque ao meio dia, relatou a agência al-Arabiya, levando uma nova rodada de combates. O Canal 2 de Israel disse ontem à tarde que as forças de Assad tinham retomado o controle da área. A TV estatal síria al-Ikhbariyah TV, negou que os rebeldes controlaram o ponto da passagem. A emissora disse que o exército sírio estava perseguindo “terroristas” próximos a Golan.
A mídia israelense relatou um contrataque rebelde ao anoitecer de ontem. Alguns dos ferozes combates ocorreram a umas 200 jardas do território israelense. Uma fonte militar israelense contou que a “situação está ainda muito fluida. Rebeldes lutam tanto na cidade de Quneitra como na passagem de fronteira”.
Israel ontem mesmo deu entrada a uma queixa na ONU quanto ao uso de tanques pelos militares sírios e tropas armadas na zona desmilitarizada, uma ação que viola o acordo de cessar-fogo recentemente assinado pelos dois países. Explosões foram ouvidas na área hoje de manhã cedo e um projétil de morteiro alegadamente caiu numa base da ONU localizada no lado sírio da passagem, ferindo pelo menos uma pessoa.
O pau está comendo solto na Síria e o conflito já causou a morte de cerca de 80 mil pessoas e, mais bem armada e municiada, as forças de Bashar Al-Assad deverão manter o atual regime, a um preço que talvez não compense para os alauítas no poder, sobre os quais, aprofundou-se o ódio da maioria sunita do povo sírio. Até há poucos dias, o mundo se absteve de intervir nessa luta intestina, atitude que foi quebrada recentemente por Putin que resolveu “vender” armas para Assad, algo que poderá estender a atual guerra civil por muito tempo e ainda matar muita gente.   
Título e Texto: Francisco Vianna (da mídia internacional), 08-06-2013

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