Otacílio Guimarães
Eu estou aqui me preparando
para uma viagem à Nova Zelândia quando recebo este artigo do General Valmir Fonseca Azevedo.
Tive que parar para refletir
nas sábias palavras do general Valmir. E resolvi digitar minhas impressões:
Eu fui uma testemunha da época da contrarrevolução e, como militar, participei da repressão ao terrorismo no nordeste. Me desiludi logo de início e já lhe contei esta história. A desilusão teve dois motivos. O primeiro, a leniência com que os comandantes militares tratavam os terroristas comunistas. As ordens eram para só atirar em última instância. Ora, bolas, se você está numa guerra, você tem que matar o inimigo antes que ele tente lhe matar. E eles queriam nos matar. Estou vivo hoje por muita sorte e graças ao treinamento que recebi no Exército Brasileiro.
Eu fui uma testemunha da época da contrarrevolução e, como militar, participei da repressão ao terrorismo no nordeste. Me desiludi logo de início e já lhe contei esta história. A desilusão teve dois motivos. O primeiro, a leniência com que os comandantes militares tratavam os terroristas comunistas. As ordens eram para só atirar em última instância. Ora, bolas, se você está numa guerra, você tem que matar o inimigo antes que ele tente lhe matar. E eles queriam nos matar. Estou vivo hoje por muita sorte e graças ao treinamento que recebi no Exército Brasileiro.
A outra desilução foi com o
povo brasileiro que nunca agradeceu aos militares tê-los livrado desse nefasto
regime comunista. As reações ao combate ao terrorismo não se fizeram esperar.
De todos os lados, da imprensa, da população, dos empresários. Éramos olhados
como se fôssemos bandidos sanguinários. Uma coisa nunca lhe contei mas lhe
conto agora.
Eu servia em Recife e morava
na Rua Sargento Wolf (que foi comandante do meu tio Miranda na campanha da
Itália na 2ª Guerra Mundial). Era recém-casado e minha mulher estava grávida da
primeira filha. Um dia, ao chegar em casa, encontrei-a em prantos. Havia
recebido um telefonema informando que eu tinha morrido numa missão. Já estava
de saída para o quartel onde eu servia para comfirmar a notícia. A partir daí,
os telefonemas continuaram cada vez mais ameaçadores. Tive que levá-la para a
Bahia, para a casa dos pais no interior e voltei para cumprir outras missões.
Passei a morar no quartel onde ninguém poderia me ameaçar.
Um dia fomos prender uns
terroristas que estavam num aparelho em Boa Viagem e que haviam sido
descobertos pela inteligência do exército. Era num prédio de doze andares, e
eles estavam num apartamento no nono andar. Subimos pelas escadas. Eu bati na
porta, enquanto dois soldados se posicionaram nas laterais. Alguém lá dentro
perguntou: “Quem é?” Eu respondi: “É a polícia, abra a porta”. Uma rajada de
metralhadora cortou a porta ao meio e por sorte não fomos atingidos. Um soldado
meteu o pé na porta que se abriu e eu lancei uma granada lá dentro. Entramos em
seguida e pegamos cinco terroristas escondidos na cozinha e no banheiro. Apenas
um deles estava ferido pelos estillhaços da granada. Levamos todos para o
quartel do Derbi e lá foram interrogados e o ferido tratado. O armamento que
portavam era fabricado na União Soviética. Enquanto as formalidades legais se
cumpriam, eu conversei com um coronel no comando, relatando o ocorrido durante
a missão. Era a praxe. Em dado momento, ele me perguntou:
- Vocês foram recebidos à bala, por que não eliminaram essas porcarias?
- Porque a ordem que temos,
coronel, é não atirar enquanto não formos mortos.
Eu já estava puto da vida com
toda essa história. O coronel então, num desabafo, me disse:
- Sabe, capitão, o povo
brasileiro não merece o nosso sacrifício. Eu também já estou de saco cheio.
Gostei do que ouvi e no dia
seguinte liguei para um amigo meu em Salvador. Falei:
- Preciso de um emprego porque
estou deixando o exército.
- Caramba, você gosta tanto do
exército!
- Gostava, me arranje um
emprego ai em Salvador que eu quero ir embora.
- Está arranjado, pode vir.
Você vai trabalhar no Banco da Bahia.
Entreguei o quepe, a farda e a
pistola e fui para a Bahia trabalhar no banco. Antes, fui me despedir do
coronel que me disse:
- Capitão, você está fazendo a
coisa certa. O povo brasileiro não merece o nosso sacrifício. O povo brasileiro
precisa passar pelo comunismo para aprender a tomar juízo.
Estas palavras calaram fundo
em minha mente.
Muitos anos depois, com o
comunismo batendo às portas do Brasil, eu resolvi me auto exilar na Austrália.
Hoje, aos setenta anos de idade, penso que foi a segunda decisão mais acertada
da minha vida.
Sabe, o povo brasileiro
precisa passar pela experiência do comunismo para aprender a tomar juízo.
Um grande abraço e dê meus
cumprimentos ao Gal. Valmir Fonseca, que muito admiro.
Título e Texto: Otacílio Guimarães, 17-06-2013
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Sinto dizer, mas sou - mais uma vez - forçado a dar razão ao Otacílio. A conclusão a que o comandante dele chegou foi a mesma a que cheguei quando o Gal. Golberi do Couto e Silva criou o mito Lula da Silva, teoricamente, para "dividir a oposição"...
ResponderExcluirAlimentamos as cobras que agora procuram nos picar...
Brasileiro é babaca mesmo e não sabe dimensionar o quanto tem a perder...
VIANNA
Otacilio, concordo plenamente com tudo o que você disse em genêro, número e grau.
ResponderExcluirEste povo precisa passar por isto para aprender.Você por acaso viu lá em Brasília os pedestres se encaminhando ao estádio com cartazes reclamando pelos gastos do governo ?
Piada só pode ser porque manifesto se faz ' NÃO INDO AO ESTÁDIO ' boicotando o circo. São de uma ingenuidade atroz e revoltante
Outra : Você notou que os estádios estão cheios a preços de R$ 200,00
E nós ainda perdemos tempo com esses babacas.