Maria Teixeira Alves
Assisto com espanto à
discussão que se tem desenrolado à volta das sondagens de voto para as próximas
eleições de 4 de Outubro. Discute-se na praça pública a fé nas sondagens.
Parece incomodar sobejamente a
coligação estar à frente em algumas sondagens. Inicialmente quando as sondagens
davam vitória ao PS, ninguém comentava o simples facto de as sondagens serem
feitas por… telefone fixo. De repente, é tema em cada fórum o facto de as
sondagens só abrangerem o universo de pessoas que têm telefone fixo.
Suspeito que, não fosse a
coligação de direita estar à frente das sondagens, e eu nunca teria descoberto
essa nuance técnica: o universo de sondados têm telefone fixo. Mas alguém
alguma vez exigiu em nota de rodapé a explicação de que a sondagem não é representativa
porque só abrange pessoas com telefone fixo? Não, nunca. Mas essa é agora a
explicação que todos os portugueses de esquerda (que têm a arrogância de achar
que o povo está sempre maioritariamente com eles) e alguns de direita (que não
acreditam na popularidade da sua direita) parecem ter encontrado para este
fenómeno bizarro "a coligação PSD/CDS está à frente das intenções de voto
dos portugueses. Como é que é possível?! É só porque contactam pessoas com
telefone fixo.
As pessoas discutem hoje as
sondagens como se discute religião: "eu acredito nas sondagens", ou
"eu não acredito nas sondagens".
Os pivôs dos telejornais
questionam os directores das empresas de sondagens e insistem em plantar a
dúvida: "Isto pode ser pouco viável, não é? Isto tem uma credibilidade
relativa não é?"
Os humoristas fazem piadas.
Como é possível que a coligação esteja à frente das sondagens? Não é por mérito
da coligação, é por desmérito do PS, ou... das empresas de sondagens.
É este o pensamento dominante!
Adaptando a frase metafórica
do MRPP: Morte ao pensamento único! Caramba.
Título e Texto: Maria Teixeira Alves, Corta-fitas,
29-9-2015
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