Rui A.
Durante quatro anos, ouvimos o
PS dizer que a austeridade não era uma inevitabilidade e que havia alternativas
às políticas do governo PSD/CDS. Agora que o PS começa a ter a convicção de que
regressará, em breve, ao poder, a única preocupação que parece ter é a de arranjar bons pretextos para manter aquelas medidas em vigor, apesar dos acordos
que está a negociar com a extrema-esquerda para conseguir o seu apoio
parlamentar.
Como é evidente, isto dará
fatalmente mau resultado. Porque o PS sempre omitiu aos portugueses aquilo que
agora será obrigado a assumir: que Portugal não é um país auto-suficiente, isto
é, que não produz o necessário para obter receita que pague a despesa do
estado, por um lado, e, por outro, que para além do défice primário do estado
existe ainda um pesadíssimo passivo para pagar. Assim, quem estiver no governo
terá, em primeiro lugar, que satisfazer as expectativas dos nossos credores e
financiadores, se quiser que as máquinas de multibanco continuem a dar notas.
Se preferir a solução grega,
em meia dúzia de semanas chegará lá, sem ter de fazer muito esforço. Ora, é
isto mesmo que o Bloco e o Partido Comunista jamais aceitarão e que
transformará esta espúria coligação num casamento fúnebre.
Em poucas palavras, o dilema
de um futuro governo do PS pode colocar-se assim: dará o governo preferência às expectativas dos financiadores de Portugal ou às exigências do Partido Comunista e do Bloco? Costa e César que
decidam: a responsabilidade do que vier a acontecer será inteiramente deles.
Título e Texto: Rui A., Blasfémias,
29-10-2015
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