FratresInUnum.com
Desde que foi eleito, Papa
Francisco se propôs a dar uma guinada radical nas direções pastorais da Igreja,
um “giro copernicano” que se poderia muito bem resumir naquele que tem sido o
horizonte mesmo da missão jesuítica a partir do Pe. Pedro Arrupe: não mais
salvar as almas, mas salvar o planeta, salvar o mundo, numa verdadeira inversão
– da transcendência para a imanência.
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À esquerda, Jornada pela Vida na Praça de São Pedro, em 2007. À direita, a Jornada de 2017 |
Essa nova dinâmica pastoral
foi bem sintetizada por Francisco naquela expressão paradigmática que passou a
ser reverberada por toda a hierarquia: agora nós somos uma “Igreja em saída”.
Mas, perguntamo-nos, saída
para onde?
O Papa reinante quer levar a
cabo as suas reformas, mas, para isso, conta com um clero apático. E esta
apatia foi gerada – nada mais, nada menos que – pelas mesmas reformas que ele
deseja implementar.
Não fossem essas ideologias
progressistas, os padres católicos estariam, como há tempos, ocupados com a
salvação das almas. Mas, se não há mundo a ser salvo e, ao contrário, há uma
Igreja que precisa se adaptar à moral vigente no ocidente em franca decadência,
não há mais sentido em consagrar a própria vida para fazer o mesmo que qualquer
ONG pode fazer.
Olhando para a realidade do
clero, o que vemos? Padres estressadíssimos por causa de uma agenda diocesana
repleta de reuniões inúteis, nervosos por causa das pressões dos bispos sempre
atentos às exorbitantes taxas econômicas com as quais enriquecem as suas cúrias
e ciosos de sua própria autoridade episcopal, pressionados pelas elites de
urubus que compõem o laicato apegado aos seus cargos em paróquias e pastorais,
doentes, que acabam desenvolvendo problemas psiquiátricos como a depressão,
obesos ou mesmo vítimas de outros vícios, motivados pela ansiedade não tratada,
chegando, em números nunca divulgados, aos extremos do enlouquecimento e do
suicídio…
De fato, estamos em saída para
onde? Para o cemitério? Para as clínicas psiquiátricas?…
Quem serão os missionários que
levarão adiante a caricatura de misericórdia às periferias do mundo? Esses
professores dos institutos de teologia, que defendem a “opção preferencial
pelos pobres”, mas cuja única opção preferencial é retirar seu ordenado no fim
do mês para gastá-lo em restaurantes luxuosos, em férias no exterior ou em
diversões, digamos, pouco ortodoxas? Esses padres modernistas não se
sacrificam, não se imolam, não aguentam sequer ouvir confissões… Como
suportarão saírem de seu conforto para irem aos últimos dos últimos?
Essa “igreja pobre e para os
pobres” de Francisco é apenas um slogan e permanecerá assim para sempre. Os
pioneiros da Teologia da Libertação, pelo menos, eram pastores formados segundo
uma mentalidade antiga, tinham uma paternidade entranhada na alma. Eram
incrédulos, mas atraíam os outros e se doavam. Eram incrédulos sinceros. Já os
progressistas atuais são a pior vergonha do progressismo. Os que defendem
Francisco são a expressão mais acabada do fracasso de um modelo de Igreja que
não deu certo e não dará.
Querem dar os sacramentos para
quem os despreza. A “Igreja em saída”, em seus discursos e em sua atuação, em
sua autoaniquilação e esfacelamento, é o oposto de uma “Igreja em entrada”.
Acordem, senhores. Este
delírio é perigoso! Alguém tem notícias de um surto de conversões na Europa ou
em algum outro lugar do mundo? Suas Igrejas estão mais cheias e com fieis mais
fervorosos desde que entronizaram este papa?
“Padre, o Sr. pode me
atender?”. “Não, querido. Estou de saída”. Quem nunca ouviu essa desculpa?… E é
assim que a Igreja de Francisco, de “Igreja em saída” se tornou e sempre será
uma “Igreja de saída”.
Título, Imagem e Texto: FratresInUnum.com,
5-9-2017
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