Cresci numa casa de
professores. Duvido que qualquer um deles fizesse greve aos exames nacionais.
Porque eram militantes dos
partidos do governo? Longe disso: nunca militaram em nada, excepto no único
partido que interessava. O partido dos alunos. E saber que os alunos seriam
duramente atingidos por uma greve nesta fase, que põe em causa o normal acesso
ao ensino superior, seria uma traição à vocação académica.
O que não significa que os
professores não tenham razões de queixa. A maior delas é a forma como
sucessivos governos os reduziram a meros burocratas sem alma. Mas da mesma
forma que os professores não são burocratas, os alunos candidatos à
universidade não são como os utentes da carris que, em dia de paralisação, têm
de optar pela bicicleta ou pelo táxi.
Permitir que os alunos sejam
usados pelos sindicatos como reféns para a guerrilha política é uma vergonha
para a classe.
Título e Texto: João Pereira
Coutinho, Correio da Manhã, 07-06-2013
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