João Taborda da Gama
À minha volta é só gente de
esquerda, não tanta como a minha mãe gostaria, é certo, mas claramente a
maioria da família, colegas e amigos. E vivo muito bem com isso, boas
companhias, mesmo nas campanhas.
Volta e meia, como aconteceu
no sábado, um amigo, dos verdadeiros, pergunta "como é que tu consegues
apoiar aqueles gajos?", com ênfase no tu e no aqueles. Gajos é a
coligação. Quem diz "os gajos" não gosta mas respeita-os, quem diz "estes
gajos" não gosta mas vai votar neles, mas quem diz "aqueles
gajos"... despreza-os.
Como é que consigo apoiar
aqueles gajos?
Assim de repente:
aqueles gajos foram os gajos que fizeram a lei dos compromissos, que reduziram os tempos de pagamento do Estado e dos municípios às empresas, que criaram um mecanismo para evitar a falência de municípios, que criaram as condições para que os municípios reduzissem a sua dívida, o que são transformações profundas também de um ponto de vista da relação entre Estado e cidadãos, desde logo por incutirem aquela ideia esquecida de que as obrigações são para cumprir;
foram aqueles gajos que não se meteram no BES, não que eu concorde com todas as decisões, mas não se meteram e isso é uma escolha que os distingue de outros gajos;
foram aqueles gajos que reformaram o arrendamento, depois de tantas falsas partidas;
foram aqueles gajos que puseram ordem nas fundações privadas (para o que havia de dar a esses perigosos liberais...);
foram aqueles gajos que fomentaram o turismo, com campanhas inteligentes, que regularam o alojamento local;
foram aqueles gajos que estimularam um bom empreendedorismo (que devia ser ainda menos dependente do Estado);
foram aqueles gajos que baixaram o preço do gás natural, que modernizaram o regime elétrico português com as regras do autoconsumo e da pequena produção, passos pouco visíveis mas que abrem o caminho à revolução que aí vem da produção distribuída.
Assim de repente:
aqueles gajos foram os gajos que fizeram a lei dos compromissos, que reduziram os tempos de pagamento do Estado e dos municípios às empresas, que criaram um mecanismo para evitar a falência de municípios, que criaram as condições para que os municípios reduzissem a sua dívida, o que são transformações profundas também de um ponto de vista da relação entre Estado e cidadãos, desde logo por incutirem aquela ideia esquecida de que as obrigações são para cumprir;
foram aqueles gajos que não se meteram no BES, não que eu concorde com todas as decisões, mas não se meteram e isso é uma escolha que os distingue de outros gajos;
foram aqueles gajos que reformaram o arrendamento, depois de tantas falsas partidas;
foram aqueles gajos que puseram ordem nas fundações privadas (para o que havia de dar a esses perigosos liberais...);
foram aqueles gajos que fomentaram o turismo, com campanhas inteligentes, que regularam o alojamento local;
foram aqueles gajos que estimularam um bom empreendedorismo (que devia ser ainda menos dependente do Estado);
foram aqueles gajos que baixaram o preço do gás natural, que modernizaram o regime elétrico português com as regras do autoconsumo e da pequena produção, passos pouco visíveis mas que abrem o caminho à revolução que aí vem da produção distribuída.
Claro que aqueles gajos não
fizeram tudo bem, das confusões na justiça ao empurrar com a barriga do
problema da dívida do setor empresarial do Estado. Mas já alguns gajos fizeram
tudo bem?
Ah, e já me esquecia, foram
aqueles gajos que cumpriram o programa da troika, foram aqueles gajos que não
precisaram de segundo resgate nem de programa cautelar.
E foram aqueles gajos que, depois de tudo isto, puseram o país a crescer e a confiança das pessoas e das empresas a subir. Como se diz no futebol, metade do trabalho está feito. Na segunda parte vai ser preciso fazer o dinheiro chegar ao bolso das famílias. A segunda parte vai ser menos dura, mas muito difícil. Que gajos queremos ver em campo, aqueles ou outros?
E foram aqueles gajos que, depois de tudo isto, puseram o país a crescer e a confiança das pessoas e das empresas a subir. Como se diz no futebol, metade do trabalho está feito. Na segunda parte vai ser preciso fazer o dinheiro chegar ao bolso das famílias. A segunda parte vai ser menos dura, mas muito difícil. Que gajos queremos ver em campo, aqueles ou outros?
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