O VV, Vampiro da Virgínia, não deixa de
ser um homem notável. Já foi professor de astrologia, o que significa que era
capaz de convencer os seus “alunos” de que o Sol girava em torno da Terra. Não
só. Poucos conhecem o seu passado de adepto do islamismo místico de René
Guénon, uma aberração intelectual. Mas calma! Antes disso tudo, alinhou-se
entre os admiradores de Carlos Marighella — sim, o autor do “Minimanual do
Guerrilheiro Urbano”
Reinaldo Azevedo
Olavo de Carvalho resolveu se
juntar à extrema-esquerda e aos petistas e também ele acha agora que o
impeachment é um golpe, aplicado, no caso, pelo “estamento burocrático”,
expressão de que a literatura política de esquerda usa e abusa e que os
abduzidos do professor repetem por aí sem saber o que significa. Olavo já não
consegue esconder: quer Dilma de volta ao Palácio do Planalto. Mas traveste o
seu desejo com o manto de uma suposta “revolução”. O celerado, agora, adotou a
tese da democracia plebiscitária, que é o que Lula e o PT sempre tentaram
implementar no Brasil desde que chegaram ao poder. Vejam a imagem abaixo. Volto
ao ponto mais tarde. Antes, algumas considerações.
O VV, Vampiro da Virgínia, não
deixa de ser um homem notável. Já foi professor de astrologia, o que significa
que era capaz de convencer os seus “alunos” de que o Sol girava em torno da
Terra. Não só. Poucos conhecem o seu passado de adepto do islamismo místico de
René Guénon, uma aberração intelectual. Mas calma! Antes disso tudo, alinhou-se
entre os admiradores de Carlos Marighella — sim, o autor do “Minimanual do
Guerrilheiro Urbano”. Vai ver é por isso que, hoje em dia, tanto a extrema-direita
como a extrema-esquerda se juntam nas redes sociais para vociferar contra o
impeachment.
Então ficamos assim: Olavo já
foi astrólogo e hoje em dia acha que isso tudo é bobagem. Já foi um islamista
da vertente mais autoritária e mística e, claro!, hoje faz profissão de fé
contra o Islã. Já foi comunista da turma do Marighella, o terrorista, e hoje se
vende como um anticomunista radical. Não importa a loucura que tenha
abraçado, sempre conseguiu arregimentar seguidores. É preciso ser um farsante
competente. Independentemente da picaretagem a que se dedique, sempre há alguém
que aceita pagar as suas contas. Faz tempo que não tem um trabalho regular e
vive de “doações”.
Ah, claro! Olavo era um
admirador de Reinaldo Azevedo, com elogios em textos públicos e e-mails privados.
Eu o mantinha a uma prudente distância porque percebia que, como diria Machado,
o grão da loucura, nele, era bem maior do que o do talento. Nunca fui
“discípulo” seu, é evidente! Quando o conheci, já tinha régua e compasso.
Dia desses, alguém resolveu
dizer que tentei impedir que publicasse seus textos na BRAVO!, da qual fui
redator-chefe. É mentira! A revista tinha um diretor de Redação. E eu sou
disciplinado. Assim como sempre fiz o que quis nas revistas que dirigi, aceito
que diretores tomem as decisões nos veículos que dirigem. Quando não gosto do
que fazem, peço demissão.
Aconteceu, sim, de, nas férias
do diretor, eu ter deixado de publicar um ensaio seu porque trazia uma metáfora
detestável, inaceitável sob qualquer aspecto, sobre professoras — sim,
especificamente sobre professoras, mulheres. Eu o convidei a cortar o trecho.
Ele se negou. Então deixei de publicar o artigo. Quando mando, mando. Se não,
não. Nem vou entrar no detalhe do que escreveu porque é uma daquelas baixarias
de que só ele é capaz em seus surtos. Basta dizer que associava a militância
política das mulheres ao molestamento sexual paterno. Olavo pode ser abjeto,
como todos sabem.
Este senhor resolveu me eleger
como um dos seus inimigos, sem mais nem aquela, do nada, de 2015 para cá,
especialmente a partir do momento em que o MBL (Movimento Brasil Livre), num
magnífico rasgo de lucidez, decidiu se distinguir de forma clara e inequívoca
dos militantes do “aiatoloavismo”. Aiatolavo – ex-mariguella, ex-astrólogo,
ex-islamista — cismou que havia chegado a hora de os militares botarem ordem no
Brasil. Ele e seus delinquentes intelectuais passaram a defender um golpe de
estado saneador, um período de “limpeza” da política e, depois, a volta da
democracia…
Felizmente, os moços e as
moças do Movimento Brasil Livre perceberam quão estúpido era esse pensamento.
Mantenho interlocução com o MBL e outros grupos, mas, já disse mais de uma vez,
não sou guru de ninguém. Olavo meteu naquela cabeça doentia que eu roubei os
seus pupilos, como se estivéssemos disputando almas. Pra começo de conversa, o
movimento nada lhe devia.
Guru do insucesso
O impeachment veio. Na contramão da “estratégia” de Olavo. E isso só aconteceu porque ele estava errado. O bicho ficou furioso. A verdade é que esse esbirro do PT não queria a deposição de Dilma. Ele se alimenta do insucesso dos que lutam contra a esquerda. A exemplo de toda religião finalista, é preciso que o mal triunfe para que os escolhidos se salvem. E os “alunos” de Olavo o veem como um resgatador de almas.
Ele se torna o porto seguro de
seus abduzidos flagrados em pecado. Isso explica que consiga reunir, por
exemplo, tantos homossexuais homofóbicos entre seus fiéis. Olavo consegue
convencê-los de que são aberrações morais, ainda que seres da natureza (como ele
é generoso!), e se oferece como o seu guia num mundo de suposta contenção e
rigor intelectual, que os tiraria da rota viciosa. Tornam-se suas presas
fáceis.
Outros buscam no “mestre” e no
“professor” se livrar da penúria. No geral, são candidatos malsucedidos a
pensadores e intelectuais. Não conseguem se estabelecer no mercado das ideias
ou numa profissão que cobre talento e criatividade. Precisam achar culpados por
sua vida acanhada. Que tal a grande conspiração das esquerdas, que teria
vitimado até o próprio Olavo?
O “professor” criou, assim, a
ascese do fracasso. Quanto mais o sujeito quebra a cara e é ignorado em
ambientes em que gostaria de brilhar, mais vê comprovada a teoria de que esse
mundão só dá oportunidade aos medíocres e recusa os verdadeiros gênios,
entenderam?
Olavo consegue convencer os
incompetentes de que são apenas injustiçados.
Loucura maior
Mandam-me um tuíte do maluco em que ele tenta justificar a suja parceria com o PT e com a extrema-esquerda. Dados os vazamentos das gravações de Sérgio Machado — que não arranham nem a Lava Jato nem o impeachment —, lá vem o VV a afirmar que Dilma e o PT não são os problemas, mas “ toda a classe política, o estamento burocrático”. Ora, quem duvida que a “classe política” seja um problema? A questão é outra: os que queríamos o impeachment deveríamos ou não ter atuado em parceria com ela? Lá da Virgínia, Olavo queria e quer ver a população invadindo palácios. Ele e o Guilherme Boulos.
Mas isso não é a coisa mais
estúpida do texto em que volta a me atacar — e ao MBL… Olavo quer o que chama
de “período de democracia plebiscitária”, em que “o povo tome diretamente todas
as decisões”. Olavo quer um Comitê de Salvação Pública… Quer ser o nosso
Robespierre.
Leiam esta frase de 2007: “Eu acho que, na democracia, é
assim: a gente submete aquilo que a gente acredita ao povo, e o povo decide, e
a gente acata o resultado. Porque, senão, não é democracia”. Seu autor é Luiz
Inácio Lula da Silva. Naquele ano, com a popularidade nas alturas, Lula e os
petistas reivindicavam que o Poder Executivo tivesse a prerrogativa de convocar
plebiscitos. Um dos entusiastas da ideia era Fábio Konder Comparato,
que pertence à fina flor do “direito petista”.
Vá propor às esquerdas uma
democracia plebiscitária. É claro que elas vão dizer “sim”. É a tese defendida
por… Olavo de Carvalho. Não há nada de curioso nisso. Os dois extremos acham
que podem convencer o povo com seus argumentos infalíveis e só sabem falar a
linguagem da guerra e do confronto. É bem verdade que o máximo que o
incendiário Olavo de Carvalho consegue fazer é acender os próprios cigarros.
Enquanto pede uma graninha por seus “cursos”. O rigor intelectual com que ele
se comporta no impeachment parece dizer bastante sobre a qualidade da filosofia
que pratica.
É um triste fim esse de Olavo.
Ele não se conforma que o petismo tenha sido apeado do poder e que isso tenha
se dado na contramão das bobagens que ele escrevia. Abraçado ao seu rancor e à
sua impotência, resta-lhe o alinhamento com as esquerdas, que agora têm nele
uma referência: “Se o guru da direita está dizendo, então…”. Ocorre que Olavo
não é guru de porcaria nenhuma, exceção feita aos trouxas que lhe dão uma
graninha.
Nas suas ofensas dirigidas a
mim, Olavo diz que eu sei bem o que estou fazendo, sugerindo que participo de
alguma conspiração. Bem, o falso paranoico — inventa teorias para arrumar
clientes — se construiu alimentando a paranoia alheia. À diferença de Olavo,
trabalho muito. Não teria tempo de conspirar nem que quisesse. Em parte, no
entanto, ele tem razão: sei bem o que faço. Estimulei e estimulo o tempo
inteiro a luta política, nos marcos da democracia. Olavo queria e quer um
golpe. Ele e os bocós que ainda não conseguiram se libertar do jugo do
ex-astrólogo, do ex-islamista, ex-comunista e hoje neopetista.
Olavo está doido para ver
Dilma subir a rampa: “Eu bem que avisei! Culpa do Reinaldo Azevedo! Culpa do
MBL! Comprem meus cursos! Ajudem este mascate da paranoia a viver sem
trabalhar!”.
Dilma não volta.
ResponderExcluirO foco dos movimentos contra Dilma, Lula e PT ultimamente ganharam novo adversário, que é o deputado Wadih Damous do PT-RJ.
Este senhor apresentou dois Projetos na Câmara Federal que são contrários à Operação LavaJato (exemplo PL 4372/2016). Sendo, como é, contrário as investigações da LavaJato, é contra o povo brasileiro, é contra a população carioca e fluminense.
Eleitores do Estado do Rio de Janeiro anotem este nome, Wadih Damous, para negar-lhe voto nas eleições de 2016 e 2018, e daí por diante.
O povo brasileiro está com o Juiz Sérgio Moro.
ANTONIO AUGUSTO.