Carlos Lira
“Que o teu trabalho seja perfeito para que,
mesmo depois da tua morte, ele permaneça”.
Leonardo
da Vinci
Na tarde triste deste sábado
muito triste, um suave vento soprou rumo ao nordeste e com ele levou a vida de
minha querida amiga CÉLIA PEIXOTO. A
partir daquele momento, um celestial corpo se firmou no firmamento. Tu serás
para sempre a Estrela Guia no viver dos que te amam.
Agora fiquei triste, muito
triste eu fiquei quando, através da amiga irmã Niedja, tomei conhecimento do
passamento de Célia Peixoto. Meu Deus! Como dói a notícia triste de uma solene
partida para sempre! Principalmente de um ser especial, inquestionável em seu
proceder, amiga de verdade e irmã em Cristo. Incrível! Passa em minha tela
mental os feitos desta amável criatura de Deus!
Célia Peixoto, a bela Célia da
minha geração! Agora, minha amiga de sempre, a dor da separação, o agradecimento
a Deus por ter-me concedido a feliz oportunidade em ter convivido com tão
ilustre criatura! Foram tantos os momentos felizes que desfrutamos...
Pêsames... Pode ser os pêsames
ao dia descolorido, ao andarilho que se perdeu pelo mundo afora, aos anseios demolidos,
a tudo isto os meus pêsames, mas a ti, minha amiga, pêsames por quê? Teu corpo parte,
mas a tua vida permanece intacta, desiderato em teu viver nem existe mais neste
mundo de expiação, reacende a chama do teu viver no Reino de Deus, assim nos
ensina a Fé Cristã e nesta pegada tu segues sem vacilar, afinal, “é morrendo
que se vive para a vida eterna”.
A ti, Célia Peixoto, neste
preito de amor, muitas rosas, as róseas de preferência, em homenagem à tua tez
desta cor quando ostentavas energia e vigor em tua juventude plena! Um punhado
de rosas brancas em homenagem ao teu jaez de mulher realizada em ideais de
vida! Superaste ao esforço do equilibrista, transitaste pela doença que
maltrata e corrói, sempre presente estiveste a partir do oriente até ao ocidente
e, imediatamente, a corrente que rompe sonhos mundanos, desequilibra e
desqualifica o menos avisado mas a ti, amiga minha, com certeza, permaneceste
desperta, prudente, ativa ao mínimo sinal de despedida... Soberana, feito uma
eterna rainha, dedicaste os pêsames ao protetor andrajoso da mentira, ao poeta
desiludido uivando pra Lua, aos caminhantes que circulam pela escuridão da
noite. Ao sonido sem eco, ao tempo parado, às palavras cruzadas, às decisões
erradas, ao libré jogado à esmo, menos a ti.
Célia Peixoto, a bela, a
rainha de um inesquecível desfile de moda Bangu realizado no Centro Literário
Ruy Barbosa, onde o teu charme e a tua beleza superaram a todas beldades
concorrentes! Foi uma noite inesquecível e, com certeza, este feito levas além-túmulo,
não é verdade minha amiga? Lembras das noites em claro quando corrigíamos
provas dos alunos candidatos ao Ginásio São José? E das nossas idas ao Colégio
Cônego Alexandre visando ministrar aulas? Não têm preço estes anos que vivi em
ilustres companhias tais como Elsa Alcântara, Socorro Amorim, Inês Azevedo e
tu, minha querida amiga!
Com certeza, neste momento
decisivo de tua partida ao encontro do Deus supremo, os teus pêsames são
direcionados aos sentimentos que aqui viviam, tão livres viviam para que pudessem
amar e serem amados, e amaram, tanto amaram que se entrechocaram, se magoaram,
mágoas que levaram à sua própria morte. Pela escuridão, tateando, tropeçando
aqui e acolá, no final do túnel eis que surge o Brilho do amor apontando o
caminho a ser percorrido.
Encontraste este caminho,
minha amiga! Foste plena, completa! Soubeste te distanciar de sentimentos e
pensamentos loucos que somente matam os sentimentos que nesta terra vivem a nos
perseguir. Pêsames a tudo isto. Lamento profundamente a tua perda e imagino a
dor que agora atormenta o coração daqueles que te amam. Que o Deus da
consolação lhes conceda forças e acreditem que com o tempo tudo ficará mais
fácil. A saudade sempre presente, a através dela a memória desta nossa amada
irmã continuará viva...
Título e Texto: Carlos Lira, 3-9-2017
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