Ruben Valle Santos
Para quem ande nesta vida com
um mínimo de integridade moral e cívica e provido de um mínimo de noção do que
é justo, torna-se extremamente difícil não reconhecer o extraordinário e tremendamente
difícil esforço que tem feito para reerguer o País, que lhe foi legado nas
piores condições de que há memória desde o final do séc. XIX.
Na verdade, não fora ele e
nada do que se conseguiu de 2011 para cá teria sido possível. É certo que teve
a colaboração de pessoas competentes e bem-intencionadas que passaram pelo
governo, algumas das quais ainda por lá se mantêm e às quais é igualmente
devido preito, mas não é a esse aspecto mais restrito que quero referir-me.
O trabalho foi desenvolvido
por todos em conjunto mas é verdade que, sem o respaldo que lhes sempre foi dado
por Pedro Passos Coelho, há muito que o governo teria caído. E, se ele se
manteve e mantém até hoje, todo o mérito se deve ao primeiro-ministro. Por
muito que desagrade a muita gente que por aí anda apenas a pavonear-se e a
tratar da sua vida privada, positivamente se marimbando para os interesses do
País e dos cidadãos comuns.
Há, pois, que reconhecer que
Pedro Passos Coelho é, acima de todos os demais, o político a quem se deve a
reviravolta que o País deu, invertendo o sentido da marcha para o abismo, onde
chegou a tocar, para agora dele emergir a custo mas trilhando caminho seguro,
que pretendemos que não seja uma vez mais coalhado dos obstáculos anteriores.
Na verdade, só um carácter de
antes quebrar do que torcer podia, como pôde, resistir às inúmeras armadilhas e
bombardeios de que o governo foi objecto ao longo dos últimos quatro anos.
É bom relembrar – para que não
seja obliterado pelo fogo-fátuo das campanhas – quais e quantos foram os
obstáculos e criados por quem.
Desde logo pela oposição, com
destaque para os habituais BE e PCP, que, embora pouca mossa real façam, sempre
incomodam pela estridência da gritaria.
Depois, o PS, que só
obstaculizou tudo, recusando-se a cooperar na limpeza da porcaria que tinha
deixado e na recuperação que não podia deixar de ser feita. Não deu um único
contributo para termos chegado onde agora estamos. Pelo contrário, no PS apenas
se viu tentativas de desestabilização, principalmente por parte da ala
socrática que continua viva e destrutiva, sem emenda possível.
Mas não foi apenas a oposição
a remar contra a maré da recuperação. Antes fosse, que, embora incómoda, sempre
se compreendia.
E nem sequer os tarefeiros da
Comunicação Social e bem assim os “comentadeiros” sem dignidade conseguiram
constituir-se no pior de tudo. Não.
O pior de tudo, o mais
desestabilizador, o mais destrutivo, o mais ordinário de todos os
oposicionismos veio de dentro da coligação e, com especial realce, de dentro do
PSD.
De dentro da coligação, Paulo
Portas teve sempre o comportamento que teve e, não obstante ter querido
destruir tudo, em Julho de 2013, foi amplamente derrotado, muito embora tenha
querido aparecer como vencedor, por se ter constituído como factor decisivo na
saída de Vítor Gaspar, nas dificuldades de aceitação da substituta, Maria Luís
Albuquerque, bem como na saída de Álvaro Santos Pereira, para lá meter o seu
amigo Pires de Lima.
Não fora a força de carácter e
convicção de Pedro Passos Coelho e logo ali a coligação se teria desintegrado e
o governo caído. Porque se outro fosse o que estivesse no lugar dele, tudio
teria estoirado, não tenhamos dúvidas. E, em sequência, que teria acontecido?
Estaríamos agora como está a Grécia. Irremediavelmente, como está a Grécia.
Mas a pior parte do fel que
houve que suportar veio dos ressabiados do PSD cujas vergonhosas actuações me
escuso de enunciar, por bem conhecidas, mas cujos nomes não vou deixar passar
em claro. São eles (e a ordem dos factores é arbitrária…):
Manuela Ferreira Leite,
José Pacheco Pereira,
Marcelo Rebelo de Sousa e, em menor mas boa medida,
Luís Marques Mendes
que, ao longo de todos estes
anos, sistematicamente e fazendo uso das tribunas televisivas – e dos réditos
que elas lhes conferem, têem denegrido, apoucado e atacado de forma
verdadeiramente indigna, o presidente do partido de que são militantes e do
governo que o "seu" partido suporta.
Note-se, para cúmulo da desfaçatez,
todos eles (à excepção do inoperante JPP) ex-presidentes do Partido Social
Democrata!
Há mais outros, como bem
sabemos, mas pouco expressivos, não por vontade própria, mas por incapacidade
de se alcandorarem a tribunas de onde possam causar maiores males do que os que
causaram ao seu partido e, pior, ao governo do seu partido, o governo de
Portugal.
E, the last but not the least, o próprio presidente da república,
Aníbal Cavaco Silva, ele também militante social-democrata, não se eximiu a
criar dificuldades de monta ao governo e ao primeiro-ministro. Acabou, porém,
por se acalmar, ao ver que saía pouco limpo das arremetidas em que se metia.
Recorda-se quem me lê da questão do papão da “espiral recessiva” e da
"dívida insustentável", de que foi um dos arautos, o que de imediato
foi aproveitada por todos os inimigos do governo, não recorda?
Cavaco Silva, porém, só perdeu
– como teria de perder, para haver justiça – com as atitudes impensadas que
tomou, porque não lhe trouxeram, mesmo entre os oposicionistas, qualquer
benefício. Muito pelo contrário, cada vez se viu mais atacado. O que nos mostra
que a justiça ainda se vai fazendo por cá. Por caminhos ínvios, embora…
E é isto. Pedro Passos Coelho
a tudo resistiu e ele aí está pronto para a luta, muito a contragosto de
adversário e inimigos, externos e também vergonhosamente internos, estes que o
atacam, para que passe despercebido que muito do que ele agora tenta emendar,
resultou da acção que tiveram quando em governos anteriores. Sim, porque o mal,
o desgoverno, a corrupção e tudo o mais que nos aportou à vergonha de 2011, não
veio apenas dos socialistas. Antes tivesse vindo...
Para que conste!
Faltou citar Bagão Félix (CDS), Silva Peneda, Rui Rio, António Capucho, Alberto João Jardim e tantos outros "independentes"...
ResponderExcluirRui Silva