quinta-feira, 7 de maio de 2015

Passos Coelho a tudo resistiu

Ruben Valle Santos
Para quem ande nesta vida com um mínimo de integridade moral e cívica e provido de um mínimo de noção do que é justo, torna-se extremamente difícil não reconhecer o extraordinário e tremendamente difícil esforço que tem feito para reerguer o País, que lhe foi legado nas piores condições de que há memória desde o final do séc. XIX.

Na verdade, não fora ele e nada do que se conseguiu de 2011 para cá teria sido possível. É certo que teve a colaboração de pessoas competentes e bem-intencionadas que passaram pelo governo, algumas das quais ainda por lá se mantêm e às quais é igualmente devido preito, mas não é a esse aspecto mais restrito que quero referir-me.


O trabalho foi desenvolvido por todos em conjunto mas é verdade que, sem o respaldo que lhes sempre foi dado por Pedro Passos Coelho, há muito que o governo teria caído. E, se ele se manteve e mantém até hoje, todo o mérito se deve ao primeiro-ministro. Por muito que desagrade a muita gente que por aí anda apenas a pavonear-se e a tratar da sua vida privada, positivamente se marimbando para os interesses do País e dos cidadãos comuns.

Há, pois, que reconhecer que Pedro Passos Coelho é, acima de todos os demais, o político a quem se deve a reviravolta que o País deu, invertendo o sentido da marcha para o abismo, onde chegou a tocar, para agora dele emergir a custo mas trilhando caminho seguro, que pretendemos que não seja uma vez mais coalhado dos obstáculos anteriores.

Na verdade, só um carácter de antes quebrar do que torcer podia, como pôde, resistir às inúmeras armadilhas e bombardeios de que o governo foi objecto ao longo dos últimos quatro anos.

É bom relembrar – para que não seja obliterado pelo fogo-fátuo das campanhas – quais e quantos foram os obstáculos e criados por quem.

Desde logo pela oposição, com destaque para os habituais BE e PCP, que, embora pouca mossa real façam, sempre incomodam pela estridência da gritaria.

Depois, o PS, que só obstaculizou tudo, recusando-se a cooperar na limpeza da porcaria que tinha deixado e na recuperação que não podia deixar de ser feita. Não deu um único contributo para termos chegado onde agora estamos. Pelo contrário, no PS apenas se viu tentativas de desestabilização, principalmente por parte da ala socrática que continua viva e destrutiva, sem emenda possível.

Mas não foi apenas a oposição a remar contra a maré da recuperação. Antes fosse, que, embora incómoda, sempre se compreendia.

E nem sequer os tarefeiros da Comunicação Social e bem assim os “comentadeiros” sem dignidade conseguiram constituir-se no pior de tudo. Não.

O pior de tudo, o mais desestabilizador, o mais destrutivo, o mais ordinário de todos os oposicionismos veio de dentro da coligação e, com especial realce, de dentro do PSD.

De dentro da coligação, Paulo Portas teve sempre o comportamento que teve e, não obstante ter querido destruir tudo, em Julho de 2013, foi amplamente derrotado, muito embora tenha querido aparecer como vencedor, por se ter constituído como factor decisivo na saída de Vítor Gaspar, nas dificuldades de aceitação da substituta, Maria Luís Albuquerque, bem como na saída de Álvaro Santos Pereira, para lá meter o seu amigo Pires de Lima.

Não fora a força de carácter e convicção de Pedro Passos Coelho e logo ali a coligação se teria desintegrado e o governo caído. Porque se outro fosse o que estivesse no lugar dele, tudio teria estoirado, não tenhamos dúvidas. E, em sequência, que teria acontecido? Estaríamos agora como está a Grécia. Irremediavelmente, como está a Grécia.

Mas a pior parte do fel que houve que suportar veio dos ressabiados do PSD cujas vergonhosas actuações me escuso de enunciar, por bem conhecidas, mas cujos nomes não vou deixar passar em claro. São eles (e a ordem dos factores é arbitrária…):

Manuela Ferreira Leite,
José Pacheco Pereira,
Marcelo Rebelo de Sousa e, em menor mas boa medida,
Luís Marques Mendes

que, ao longo de todos estes anos, sistematicamente e fazendo uso das tribunas televisivas – e dos réditos que elas lhes conferem, têem denegrido, apoucado e atacado de forma verdadeiramente indigna, o presidente do partido de que são militantes e do governo que o "seu" partido suporta.

Note-se, para cúmulo da desfaçatez, todos eles (à excepção do inoperante JPP) ex-presidentes do Partido Social Democrata!

Há mais outros, como bem sabemos, mas pouco expressivos, não por vontade própria, mas por incapacidade de se alcandorarem a tribunas de onde possam causar maiores males do que os que causaram ao seu partido e, pior, ao governo do seu partido, o governo de Portugal.

E, the last but not the least, o próprio presidente da república, Aníbal Cavaco Silva, ele também militante social-democrata, não se eximiu a criar dificuldades de monta ao governo e ao primeiro-ministro. Acabou, porém, por se acalmar, ao ver que saía pouco limpo das arremetidas em que se metia. Recorda-se quem me lê da questão do papão da “espiral recessiva” e da "dívida insustentável", de que foi um dos arautos, o que de imediato foi aproveitada por todos os inimigos do governo, não recorda?

Cavaco Silva, porém, só perdeu – como teria de perder, para haver justiça – com as atitudes impensadas que tomou, porque não lhe trouxeram, mesmo entre os oposicionistas, qualquer benefício. Muito pelo contrário, cada vez se viu mais atacado. O que nos mostra que a justiça ainda se vai fazendo por cá. Por caminhos ínvios, embora…

E é isto. Pedro Passos Coelho a tudo resistiu e ele aí está pronto para a luta, muito a contragosto de adversário e inimigos, externos e também vergonhosamente internos, estes que o atacam, para que passe despercebido que muito do que ele agora tenta emendar, resultou da acção que tiveram quando em governos anteriores. Sim, porque o mal, o desgoverno, a corrupção e tudo o mais que nos aportou à vergonha de 2011, não veio apenas dos socialistas. Antes tivesse vindo...
Para que conste! 
Título e Texto: Ruben Valle Santos, original publicado no Facebook, 7-5-2015

Um comentário:

  1. Faltou citar Bagão Félix (CDS), Silva Peneda, Rui Rio, António Capucho, Alberto João Jardim e tantos outros "independentes"...
    Rui Silva

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