Valdemar Habitzreuter
Rola... rola... rola, bola,
ora bolas!
O fascínio que a bola
proporciona aos espectadores num estádio de futebol é apaixonante e
significativamente impressionante. Há aí uma verdadeira paixão a ponto de ser
causa de lágrimas de alegrias e tristezas; causa de contendas que culminam em
feridos e mortos; e outras causas por aí afora...
Ao rolar da bola, um turbilhão
de emoções dormentes no íntimo de um espectador é extravasado e transformado em
delírio ou frustração. Qual o mistério de um objeto redondo a rolar pelos
gramados ter tanto poder de apaixonar milhares de pessoas mundo afora,
hipnotizando-as a ponto de ficarem alheias ao mundo real? Seria uma fuga da
‘ingratitude’ que julgam obter da vida? Transcender o mundo cão que os assalta?
Mas, por que uma bola e não outra coisa qualquer? Boas perguntas e difícil de
responder.
Talvez devêssemos simplesmente
responder que tudo o que é redondo rola mais fácil. Até cervejas há com rótulo
imaginativo de bola com o apelo de descer redondo garganta abaixo. Assim também
na vida, achamos que tudo o que se apresentar redondo é mais agradável, mais
fácil de lidar, dá mais alegrias e satisfação.
Mas, há na redondeza da bola e
da vida seus perigos e ilusões. Assim como a bola, que o jogador de futebol
costumeiramente recebe redonda em seus pés, pode quicar em falso e desviar-se
de sua trajetória ideal e o enganar, do mesmo modo, a vida muito redonda também
tem o seu fascínio, mas que nos pode trazer ilusões e sofrimentos. É bom
ficarmos em alerta a tudo o que é muito redondo para não nos deixar levar por seus
apelos emocionais que nos desviam da realidade nua e crua.
Assistimos ontem ao
desmascaramento dos dirigentes da FIFA que acreditaram que a bola sempre lhes
permaneceria redonda e, assim, poderem prosseguir com suas falcatruas
(redondas?)...Mas viram que a bola estourou e acabou com a festa. Agora terão
que enfrentar um mundo de emoções quadrado, quem sabe?, uma cela quadrada...
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 28-5-2015
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