quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Dilma contra-ataca e solta seus cachorros sobre Cunha, que responde

A nação brasileira gosta das respostas, mas é preciso tirar o saldo negativo da goleada.
Luciano Henrique


Hoje pela manhã, o Brasil247 publicou uma resposta de Dilma à afirmação de Eduardo Cunha. Ela rebatia a ótima estocada dada pelo presidente da Câmara ontem, 19/10.

É claro que Dilma iria ter que rebater, principalmente por esperar que Cunha entrasse no ritmo “Aécio nas eleições 2014”, que avançava, apanhava, e depois recuava sem motivo. Ela disse: “Não é meu governo que está sendo acusado”.

Em resposta, Cunha afirmou: “Ué, não sabia que a Petrobrás não era do governo”. Leitores me perguntam se a resposta foi boa. A resposta é sim, mas poderia ser melhor. Digamos que foi um gol de quem está tomando uma goleada e precisa reverter o placar.

Lembremos que hoje um dos cães de guarda do PT, Wadih Damours (PT-RJ), disse: “É engraçado isso, a presidenta Dilma sendo julgada por um presidente da Câmara dos deputados que tem contas na Suíça, que mente na CPI e, em breve, estará encarcerado”. Ele ainda encaixou outro golpe espetacular: “Uma presidenta da República eleita por milhões de brasileiros pode vir a ser julgada por esse tipo de gente”.

Isto sim é um ataque! E ataques deste tipo não podem ser combatidos com discurso frouxo, caso contrário nem o adversário o respeita, como principalmente muitos daqueles que estão ao seu lado. Como de costume, os petistas tem um linguajar político muito superior. Junto ao pessoal do PSOL e do PCdoB, além de Roberto Requião (do próprio PMDB) e Silvio Costa (do PSC), são os únicos políticos profissionais no Brasil que parecem ter entendido o princípio de que “na guerra política o agressor geralmente prevalece”.

Em um ataque efetivo, Cunha deveria lembrar que é o governo do PT que tem um PGR (Passador Geral de Régua), que atrasa as denúncias de políticos do PT, mesmo que existam toneladas de evidências contra eles. Valeria a pena também dizer que a corrupção do PT é muito mais podre do que a corrupção tradicional, pois é feita para manter poder até solidificar uma ditadura, que nos levará a uma situação de miséria igual a dos venezuelanos. Ou seja, nenhum outro partido na história se iguala em termos de corrupção ao PT. E deve ser lembrado que, se os brasileiros estão assustados com a corrupção do governo do PT, basta lembrar que isso são apenas trailers dos filmes que estão por vir, pois em países onde as ditaduras bolivarianas e socialistas se estabeleceram a coisa é muito pior.

Isto significaria o começo de um real levantamento de tom, e o início de um linguajar político que os petistas entendem (e que, de fato, é a linguagem política mesmo). Não pode ser igual ao comportamento de Aécio nas eleições de 2014, quando, após ele ter dito que Dilma “é leviana”, foi retribuído com acusações de ser “agressivo com mulheres”. Ao invés de aumentar o tom, denunciando o cinismo e fingimento de Dilma, afrouxou e perdeu vários pontos entre as mulheres, o que pode ter sido decisivo na eleição. Afrouxar, diante de petistas, é pedir para perder.

Um leitor negacionista da política disse: “O acordo já foi feito! isso é tudo uma encenação!“. No que respondi: “Se é uma encenação, melhor ainda que ele aumente o tom, pois valoriza seu passe. Não há motivo para não aumentar o tom“. O negacionista seguiu: “Só consigo ver mais uma Pizza sendo preparada!Já estou cansando de perder noite de sono preocupado com o cenário político do país e depois perceber que, na verdade, não existe oposição no país, salvo raríssimas exceções!”. Minha resposta: “Se é pizza, que saia caro ao PT. Não vejo onde isso refuta minha sugestão“.

A criticidade disto acima não pode ser desprezada. O discurso frouxo não apenas de Eduardo Cunha, como dos tucanos, demistas e praticamente toda a oposição, anima os negacionistas da política, que, em muitos casos, dependem de desanimar os que acreditam em uma solução pela via política (exemplo: impeachment) para propor uma solução fora dela (intervenção militar ou revolução civil). Este é mais um motivo para que Cunha aumente o tom: além de atingir o PT, ele animaria os que crêem na política, e deixaria de dar combustível aos negacionistas.

Eduardo Cunha fez dois bons ataques. O de hoje foi inferior ao de ontem. Dá para melhorar muito. O Brasil precisa que o PT deixe de ficar levando vantagem apenas por escolher a linguagem adequada.

Go, Cunha, Go….

Por favor! 
Título, Imagem e Texto: Luciano Henrique, Ceticismo Político, 20-10-2015

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