"Conheço-o há muito e da
primeira fila. Foi um aluno brilhante, um jornalista criativo, um comentarista
político que transformava o ecrã num acontecimento.
Homem de família e de fé, está
a sério em ambas.
Serviu a universidade com o
melhor de si mesmo, mas sempre com a política ao fundo da (sua) paisagem. Como
se viu e vê.
Eis alguns passos da minha
longa história com Marcelo Rebelo de Sousa. [foto]"
Título e Texto: Maria João Avillez, na revista
“Observador – Já nas bancas”, maio de 2016
Pois bem, assim abre a sua
extensa matéria, Maria João Avillez. Li-a com atenção. E, mais uma vez,
encontro plasmado o meu julgamento sobre determinado tema/assunto, neste caso,
a minha opinião sobre Marcelo Rebelo de Sousa, atual presidente da República. O
grifo é meu. Confira:
“Sim, em 1985 Marcelo não
segue Cavaco Silva como antes não estivera com Sá Carneiro, ou estivera muito
pouco, limitando-se a um empenho claudicante à AD (Aliança Democrática),
fundada pelo mesmo Sá Carneiro. E eis o que nos reconduz a um dos traços mais
inexplicáveis da sua personalidade política: uma (automática?) aversão às
lideranças carismáticas do seu partido e aos seus ‘chefes’, bem ou mal-amados,
mas largamente plebiscitados.
Detestou-os a todos, mesmo
quando fingia que não.
Desentendeu-se com Sá
Carneiro, a quem nunca foi fiel;
recusou seguir Cavaco,
apoiando-o, contrariado e nada convencido, na corrida para Belém, para logo o ‘desapoiar’
publicamente;
com Passos Coelho não foi diferente, foi apenas mais visível:
dominicalmente, durante quatro anos, arrasou a sua governação, triturando-a,
passo a passo, medida a medida.
Uns dizem ser uma questão de ‘ego’,
outros apontam-lhe a necessidade de uma ocupação exclusiva dos palcos, fruto da
sua insegurança. Pode ser, mas não explica tudo.
E se o ‘caso’ reclama análise
mais profunda – não será este o local para ela –, impõe-se pelo menos o registo
de uma singularidade: uma longa caminhada, feita sempre à margem dos grandes
líderes do seu partido de estimação, quando não em confronto, direto ou
enviesado, com todos eles.”
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