Rui A.
Por que é que Portugal não
passa da cepa torta? Porque é um país profundamente reacionário, que vive do
passado, onde se tem medo do risco, da inovação e da concorrência e onde quase
todos procuram um cantinho de proteção política para manter enclausurado o seu
pequeno tesouro, negando-o aos outros. Portugal é, foi e será um país
imensamente salazarista. O «viver habitualmente», de António de Oliveira
Salazar, a lição que nos deu da «dona de casa» prudente e cautelosa, o seu
paradigmático exemplo pessoal de uma modéstia sem aparente ambição, os
privilégios que criou, ou permitiu que se criassem, a inquilinos, a partilha do
mercado por alguns industriais e banqueiros, as dificuldades criadas a quem
queria ir para e investir em África, tudo isso, em suma, corresponde ao genuíno
ADN lusitano.
Melhor do que ninguém, Salazar
conhecia isto e quem por cá vive, razão pela qual se aguentou quarenta anos no
poder. Em Portugal, «small is beautiful», é só para nós e mais
ninguém. E tudo que arrisque crescer é invejosa e corporativamente abatido. Feita por anões mentais, como não poderia a «lei» defender outra
coisa que não fosse a nossa gloriosa pequenez? E, no fim de contas, se vivemos,
de há muito, à pala da União Europeia, por que raio devemos partilhar com
outros os privilégios que tanto nos custaram alcançar?
Título, Imagem (Primeira) e Texto: Rui A., Blasfémias,
5-12-2017
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