quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A candidata - II

Peter Wilm Rosenfeld

Ilustração: Cicero
Faltando menos de duas semanas para o primeiro turno da eleição, a ser realizado no próximo dia 03 de outubro, pareceu-me apropriado conhecer um pouco mais da história da possível sucessora do atual PresiMENTE; já abordei esse tema em março pp.
Por uma curiosa coincidência, a sucessora da Sra. Rousseff no último dos cargos executivos que ocupou, a Chefia da Casa Civil da Presidência da República, demonstrou à exaustão, nas últimas semanas, uma das características da candidata: a de não saber julgar corretamente o caráter das pessoas que escolhe para com ela trabalhar (como aconteceu, para sucedê-la no cargo que ocupava).
É interessante notar que muitas pessoas que, como se diz, nasceram em berço esplêndido, acabam escolhendo as pessoas erradas para serem suas assistentes de confiança e, eventualmente, suas sucessoras.
E a Sra. Rousseff (que nasceu em berço de ouro) deu ao País um perfeito exemplo desse seu “defeito”, ao escolher a Sra. Erenice Guerra para ser sua mais próxima auxiliar, da mais plena confiança: nas últimas duas semanas foi demonstrado, à exaustão, que a Sra. Guerra tinha as piores qualidades possíveis, talvez a principal delas sendo a de ter fraudado de maneira lastimável a confiança que nela tinha sido depositada.
Mas vale a pena recordar um pouco as “qualificações” da Sra. Rousseff, nascida em dezembro de 1947 em Belo Horizonte.

Foi uma das fundadoras dos movimentos revolucionários Colina e Var-Palmares, ambos violentos e sangrentos opositores da democracia, que pretendiam destruir para implantar no Brasil o regime comunista radical, de que eram fervoroso simpatizantes. Fidel Castro e seu regime eram os ídolos e paradigmas.
Esses movimentos não tiveram qualquer escrúpulo em matar inocentes, em saquear bancos e praticar outros atos belicosos e sangrentos, supostamente para derrubar o regime instalado no Brasil em março de 1964.
É claro que muitos dos integrantes desses  movimentos acabaram presos e uns tantos torturados. Ao que eu saiba, nenhum dos “torturados” teve como seqüela a perda de qualquer de seus membros; ademais, muitos já receberam polpudas indenizações, que levaram o Sr. Millôr Fernandes a cunhar a famosa frase: “Então, eles não estavam fazendo uma revolução,  mas sim, um investimento !
A Sra. Rousseff escolheu apoiar o Sr. Leonel Brizola, recém egresso do exílio, que tentou conseguir recuperar para si a sigla PTB, do antigo Partido Trabalhista Brasileiro, fundado por Getúlio Vargas. Não o conseguiu. Foi derrotado pela Sra. Ivete Vargas, sobrinha-neta do falecido fundador do partido.
Frustrado esse intento, Leonel Brizola fundou o PDT (Partido Democrático Trabalhista), ao qual se filiaram a Sra. Dilma Rousseff e seu companheiro Carlos Araújo.
O primeiro “trabalho” para o qual a Sra. Rousseff foi nomeada foi a de Diretora Geral da Cara de Vereadores de Porto Alegre. Foi um fiasco completo, em todos os sentidos.
Em seguida, foi nomeada Secretária Municipal da Fazenda da Prefeitura de Porto Alegre que foi deixada em estado de petição de miséria, tanto no que se refere à parte administrativa como quanto à situação das contas do município. Certamente, seus sucessores não têm, como não tiveram então, qualquer saudades de sua antecessora...
Sua terceira nomeação foi para a Secretaria de Minas e Energia do Estado (aí já se havia bandeado para o PT, cuja história e cujos propósitos se acomodavam de maneira mais confortável na personalidade e no caráter da Sra. Rousseff).
É de lembrança geral que, na segunda metade do segundo mandato do Sr. Fernando Henrique Cardoso houve uma brutal estiagem em quase todo o País, obrigando o governo a racionar e (como se gosta de dizer nos dias de hoje) a racionalizar o consumo de energia elétrica.
Como o Sul do País não sofreu qualquer estiagem, os estados dessa região não foram  obrigados a “racionalizar” o consumo de eletricidade. Essa condição de privilégio graças a um fator meteorológico tem sido usada pela Sra. Rousseff para, demagogicamente, alardear quão boa administradora foi, o que é uma rematada  tolice !
Face a seu belo desempenho como Secretária Estadual, o PresiMENTE da Silva nomeou a Sra. Rousseff, apesar de novata no partido, a ocupar o Ministério de Minas e Energia. Em seu período como Ministra o Sul do País sofreu o enorme “apagão” de energia, devido com certeza a alguma besteira técnica feita nas três linhas que trazem a energia de Itaipu para S. Paulo.
A Sra. Rousseff, evidentemente, quis se esquivar, e a seu Ministério, de qualquer responsabilidade no caso: inaugurou-se aí a etapa da MinistraMENTE...
Quando do “estouro” do vergonhoso mensalão no Congresso, o Sr. da Silva foi obrigado a ejetar o Ali Babá da Casa Civil, nomeando a Sra. Rousseff para substituí-lo.
E a partir daí estabeleceu-se a grande amizade do Sr. da Silva com sua Ministra, diga-se de passagem que desde logo se tratou de uma amizade de total e absoluta confiança, a ponto de se confiar à Sra. Rousseff a “gerência” do Programa de Aceleração do Progresso 1.
Tremendo erro, pois os dois PACs. estão sendo uma frustração absoluta ! Estão sendo pessimamente gerenciados.
E, também desde logo, o Sr. da Silva elegeu a Sra. Rousseff como a candidata preferida para sucedê-lo na Presidência da República.
Há uma semana, o Ali Babá dos quarenta ladrões do mensalão, (Sr. José Dirceu) , novamente todo poderoso no PT, declarou que o Sr. da Silva valia dois PTs., dando a entender que o PresiMENTE estava muito acima de todo o PT, e que com a ascensão da Sra. Rousseff à Presidência o partido poderia novamente “mandar” na Presidência da República...
Será isso mesmo ? Será que, se eleita, a Sra. Rousseff será teleguiada pela bandalha do partido que infelicita e envergonha o País ? Ou será que a Sra. Rousseff será teleguiada pelo Sr. da Sillva, que certamente deseja continuar em sua posição de manda-chuva de tudo e de quase todos ?
“A esperança é a última que morre”, diz antigo ditado. Ainda tenho alguma esperança de que as pesquisas de opinião se enganaram: de que as urnas não serão fraudadas e que, em virtude disso, a Sra. Rousseff não será eleita.

Peter Wilm Rosenfeld
Porto Alegre, 22 de setembro de 2010

2 comentários:

  1. Pesquisa Datafolha divulgada agora no JN: Dilma, 49% Serra, 28% Marina, 13%

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  2. Pesquisa Datafolha divulgada agora no Jornal Nacional:
    Dilma, 49%
    Serra, 28%
    Marina, 13%

    A violência retórica dos petistas e a grita contra a democracia vai variar em função das pesquisas eleitorais. Qualquer número que aponte uma tendência de segundo turno vai deixá-los ensandecidos, e recrudescerão, então, o discurso vigarista que acusa “tentativa de golpe” nas eleições.
    Eles querem ganhar antes no berro para só depois ganhar nas urnas.
    Reinaldo Azevedo

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