No país da saúde perfeita criança morre por causa dos valores pagos pelo SUS

Ucho.info

Quem nunca viu Luiz Inácio da Silva em cima de um palanque não dá conta do estrago que o presidente-metalúrgico, um verdadeiro “animal político”, é capaz de fazer. Foi apostando nesse status que Lula afirmou, em meados de 2006, que a saúde pública no Brasil estava a um passo da perfeição. Acontece que até hoje a aludida perfeição ainda não deu o ar da graça. Tanto é verdade, que Lula, seus familiares, ministros e assessores só recorrem a hospitais particulares quando necessitam.

Para provar que a saúde pública caminha para trás, contrariando a fala presidencial, uma criança com apenas vinte dias de vida morreu nesta terça-feira (21), em Goiânia, porque os cirurgiões cardiovasculares decidiram adiar a cirurgia. O adiamento ocorreu porque os médicos discordaram do valor estipulado pelo Sistema Único de Saúde para a mencionada cirurgia.

Negar atendimento a um paciente é, além de crime, um ato antiético que um médico promete não cometer após a láurea acadêmica. Por certo responderão na Justiça pela decisão criminosa, mas é preciso que o governo federal reavalie os valores constantes na tabela de reembolso do SUS.

Em agosto passado, o ucho.info publicou matéria em que denunciava o problema dos valores pagos aos médicos que atendem no Sistema Único de Saúde. Um profissional, famoso ou não, que receber um paciente do SUS em seu consultório receberá, alguns meses depois, R$ 0,72. No caso das cirurgias a situação é igualmente aviltante.

Em fevereiro deste ano, um conhecido cirurgião da cidade de São Paulo foi chamado às pressas para solucionar uma perfuração na aorta de uma mulher internada que corria risco de morte. Após uma cirurgia de dez horas, que movimentou quatro médicos (chefe de equipe e três assistentes) e um anestesista, a paciente voltou a viver com tranquilidade. Seis meses depois da cirurgia, em agosto, os quatro médicos receberam os honorários pagos pelo SUS: R$ 32,50 cada. Já o anestesista foi contemplado com a fortuna de R$ 22. Sob a promessa do sigilo, o tal médico disse que é melhor fazer caridade do que receber esmola de um governo fanfarrão. Se questionado, Lula da Silva dirá que a culpa é da oposição, que resolveu decretar o fim da CPMF.