Maurício Barra
Pela primeira vez na minha
vida, e desde o nº 1, hoje não comprei o
Expresso (comecei a comprá-lo ainda estava no liceu e, mais tarde, mesmo
quando estava em viagem, o jornaleiro guardava-me as minhas “leituras”
diárias).
Depois de na semana passada
quase todos os artigos do jornal aparentemente “terem” sido redigidos por Mário
Soares, advogando numa profusão de formatos sobre a “não existência do
governo”, “o governo implodiu”, “o Presidente tem de tomar conta disto”, etc,
numa corrida tremendista e alucinada que a realidade contradizia e continua a
desmentir – o Governo está para durar, o cumprimento do acordo com a troika
está para continuar -, esta semana evita abordar a falência das suas
premonições e foge como o Diabo da Cruz (tal como o PS) do assunto político da
semana: o Estado que os portugueses estão dispostos a pagar.
Preferem continuar com as
novelas da pequena política: Relvas, o telefonema a (e não de) Passos
Coelho que já tem onze (!) meses, o Governo que põe em causa o Estado Social (o Governo? a sério? ou o sobredimensionamento
do Estado socialista que nos levou à bancarrota?), e a defesa das “vozes”,
parceiras de estrada do BE, do PC e do soarismo radical, para que Portugal não
pague a sua dívida.
Não contentes, escolhem para a
primeira página desta semana um assunto de futebol, completamente extemporâneo.
Se quisessem abordar o tema a sério teriam de analisar o assunto da semana
nessa área de informação, ou seja, o efeito que provocará nas redes televisivas
o fim das transmissões de jogos do Benfica pela Olivedesportos. Mas esse
assunto não lhes interessa: tal como os que estavam contra a televisão privada
quando a SIC surgiu, não gostam de novos players na coutada do oligopólio
televisivo que a Impresa quer continuar a dominar e, se por causa do marketing,
não convém atacar o Benfica de frente, o melhor é dar uma facada pelas costas.
Título e Texto: Maurício Barra, Forte Apache,
27-10-2012
Comentário de Luís Santos:
Mas alguém ainda acredita na
comunicação social que temos? Os jornais tornaram-se tabloides da esquerda. É
irritante como deturpam tudo e como jogam com "as gordas" porque
sabem que o povo é preguiçoso nas leituras e fica-se "pelas gordas" e
nem explora outras fontes e informação. Há muito que só leio blogues. É a
melhor forma de informação e desmascara toda a comunicação social tendenciosa.
Já ontem li que um leitor assíduo do Público também o deixou de comprar...enfim,
depois admiram-se que despedem jornalistas. Se o jornalismo fosse bom, os
jornais vendiam-se... tenho dito.
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