Francisco Vianna

Hoje, toda essa gente irá à
urna eletrônica – por mais suspeita e insegura que dizem ser ela – para um
segundo turno decisivo da eleição de seu novo prefeito.
Nessa espécie de país dentro
do Estado de São Paulo, onde vivem quase treze milhões e meio de habitantes, o
crescimento demográfico das últimas décadas, tem sido mais vertiginoso e
caótico do que o crescimento desordenado da própria megalópole.
Mesmo com o sistema
antidemocrático que canaliza a quase totalidade da arrecadação tributária para
Brasília, o que a cidade arrecada em impostos locais possibilita um orçamento
muito maior do que o de muitos países da América Latina, e, mesmo assim, a
capacidade dos governantes de promover serviços públicos pelo menos decentes
aos pagadores de impostos e de desenvolver uma infraestrutura que melhore a sua
qualidade de vida tem estado muito aquém do que se deveria esperar de quem
administra tão volumosos recursos financeiros.
A votação de hoje decidirá
quem vai administrar essa megalópole nos próximos quatro anos. Porém, mais do
que isso, o seu resultado influirá não apenas nos destinos da cidade, mas,
talvez principalmente, nos destinos de todo o país.
De um lado, o PT e toda a sua
“base alugada”, representado pelo ex-Ministro da Educação, Fernando Haddad – o
homem do “kit gay” que ensina e orienta como as crianças devem fazer para serem
homossexuais – e outro o PSDB, falsamente elevado à categoria de “oposição” ao
atual governo, representado pelo ex-comunista, mas ainda assim um homem com
ideias socialistóides, José Serra, com larga experiência administrativa em São
Paulo e com alguns projetos considerados como medidas eficientes para diminuir
o caos urbano, principalmente na caótica área da saúde.
Evidentemente, e com justa
razão, os paulistanos irão às urnas para escolher aquele que consideram mais
capaz de atuar para a melhoria dos problemas da cidade, haja vista que as
soluções definitivas desses mesmos problemas parecem não alcançar com a mesma
velocidade o seu agravamento, causado pelo próprio crescimento da maior cidade
da América do Sul.
No entanto, o paulistano,
paralelamente, sabe que a eleição do próximo prefeito será não menos importante
para o destino político do país inteiro, na medida em que a cidade terá um
papel cada vez maior na evolução política do Brasil. Os paulistanos, mais do
que nunca parecem cientes de que esses dois aspectos – local e nacional – estão
intimamente ligados a pondo de não saberem dizer com certeza qual deles é o
mais importante.
Para o PT – que está com o seu
núcleo político desmascarado e mostrado como sendo um covil de lobos, corruptos
e criminosos pelo julgamento do “mensalão” pelo STF – considera a eleição de
Haddad (a mais recente invenção de Lula e do Foro de São Paulo) como uma
espécie de medalha de ouro na competição política local e nacional. Um partido
que tem perdido prefeituras no país inteiro, vê a eleição de Haddad como uma
tábua de salvação no maremoto político criado pelos deslocamentos das espúrias
“placas tectônicas” políticas que compões o partido.
A falta de idoneidade moral e
cívica do PT em governar, agora amplamente exposta pelas condenações de seus
membros pelo Supremo, faz com que o partido precise desesperadamente dessa
vitória, não apenas para o seu projeto de hegemonia partidária, mas também e
principalmente como uma espécie de absolvição eleitoral dos inúmeros crimes que
lhe são imputados.
Já com José Serra, cuja
atuação tem sido incrivelmente serena e a de seu partido inacreditavelmente
condescendente com a agremiação partidária petista, inspira-lhe a capacidade de
discernimento do paulistano, que segundo ele é um dos mais politizados e
esclarecidos do país. Ele aguarda, com serenidade e de modo pacífico e
tolerante para com seu adversário, que o paulistano não irá cair na asneira de
votar no PT.
Na verdade, a cidade tem de 33
a 35% do seu colégio eleitoral composto de votantes no PT. Foi o que se viu no
primeiro turno e acredito que essa percentagem não deverá se alterar muito no
segundo.
O povo de São Paulo está vendo
com mais clareza, por exemplo, a “coincidência” do aumento paroxístico da
atividade criminal na cidade às vésperas da eleição decisiva. A maioria sabe
quem e o que está promovendo tal agravamento que, somente ontem, fez com que
vinte pessoas fossem assassinadas em menos de 24 horas. Todos percebem o modo
de o PT “fazer política” por trás de tudo isso e não acredito que os
paulistanos irão cair nessa esparrela de eleger Haddad.
Serra, assim, tenta transmitir
ao eleitorado paulistano a necessária tranquilidade para que este diga um
sonoro NÃO ao PT e a Haddad.
Título e Texto: Francisco Vianna, 28-10-2012
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Tudo bem José Serra, mas enquanto V.Excia e o PSDB não se conscientizarem da importância de conquistar o imenso segmento de eleitores que desperdiçam o voto, com anulações, deixando-o em branco, ou não comparecendo as urnas por julgarem que nenhum candidato é merecedor de votos, será muito difícil derrotar o PT, que domina os eleitores mais necessitados, através de bolsas enganadoras de todos os tipos que conhecemos. Isto seria até muito fácil de alcançar se o PSDB que iniciou o massacre dos aposentados, reconhecesse o ato infeliz de FHC quando implementou medidas de perversidade contra velhos trabalhadores aposentados, prometendo anular de imediato a insensatez que vem degradando os seus proventos. Me dê um único motivo que justifique a sandice de usar-se dois percentuais diferentes na correção das aposentadorias? Não vale mais justificar que o deficit da Previdência é o responsável por este ato, porque todos sabem que se ela existe, é unicamente por má gestão que a torna de superavitária em deficitária. O cargo hoje ocupado pela Dilma, seria sem dúvida seu, se V.Excia tivesse mostrado mais ousadia e boa intenção com os velhos desprezados, muito além daqueles 10% de aumento que prometeu aos aposentados, o que sem dúvida alguma, o levou para o segundo turno. Preferiu não ir mais além fazendo outras promessas, pagando um preço alto por esta falta de ousadia de prometer fazer maior justiça ao aposentado. >Almir Papalardo<
ResponderExcluirDe Francisco Vianna:
ResponderExcluirExcelente o comentário do Almir Papalardo.
O que o lulopetismo está fazendo com os aposentados é nada mais nada menos do que um GENOCÍDIO A MÉDIO E LONGO PRAZO, sob o olhar perplexo e impotente daqueles que trabalharam a vida inteira para construir esta nação e agora estão sendo miseravelmente punidos por isso...
Abração,
Vianna