José Mendonça da Cruz
Há uma semana que o BCE
começou a comprar dívida pública, ou seja, a lançar dinheiro na economia. O
plano Juncker promete biliões. O preço do petróleo está em valores baixos
recorde, o que representa para Portugal um corte substancial na factura das
importações. O euro devalorizou-se mais de 10%, o que se traduz em acrescida
competitividade das exportações europeias fora do espaço da UE. A nossa dívida,
tornada sustentável através da discreta reestruturação em juros e maturidades
feita por governo e IGCP tornou-se tão atraente que a Irlanda a compra.
Economistas da Bloomberg revêem em alta a taxa de crescimento português.
Mas, quando ouve Cavaco Silva
constatar perante a OCDE que Portugal deverá exceder em 2015 as previsões de
crescimento do governo (2% em vez de 1,6%) o que a nossa comunicação social
elabora com o seu cérebro miniatura e vê com o seu olhar míope é que o
presidente «está colado» ao governo. Sobre o quantitative easing, seus efeitos no valor das acções e nos novos
investimentos, sobre importações e exportações, sobre crescimento e emprego,
nada. É só a espumazinha cheirosa da intriga política, alheia à substância das
notícias.
Como de costume, o
enviesamento firma bem os pés na estupidez e na omissão. A «informação» não
informa; limita-se a opinar. E opina ao arrepio dos factos.
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