Cesar Maia
1. O fator de insegurança dos Senadores no julgamento de Dilma
Rousseff criava alguma esperança para ela. Afinal, um forte fato novo nestes quatro
meses previstos, ou mesmo algum "jogo pesado", geravam expectativas.
2. Mas a "base" política de Dilma se encarregou de
desfazer qualquer dúvida e ampliar aquele fator de segurança de três para cinco
votos ou mais. 54 votos dos Senadores batem na fronteira dos 2/3. Mas 59 votos
já alargam a faixa de segurança para 72,8%.
3. Os fatos novos ocorreram… mas contra a expectativa de Dilma. Já
nos discursos dos Senadores tratando da admissibilidade do impeachment, alguns
deles, do PT et caterva, afirmaram que não reconheceriam o governo provisório
de Temer. Vale dizer que desqualificavam as decisões do STF e os votos de seus
pares. Bem, passou como arroubos da retórica.
4. Mas, em seguida, a dita militância política, sindical e
artística iniciou um processo de mobilização com vistas à obstrução nas ruas e
radicalização nos discursos. Ou seja: amplo, geral e irrestrito, não
reconhecimento do novo governo mesmo sabendo da sua condição de provisório e da
legalidade dos atos.
5. Dessa forma, haveria uma pré-desqualificação da votação final do
julgamento de Dilma. Se após o afastamento de Dilma houve e há a tentativa de
aumentar a temperatura política e social, nos ambientes abertos e fechados, na
segunda etapa, a promessa é de uma temperatura de fusão de metais.
6. A consequência imediata foi a insegurança jurídica, além da
política. Como era de se esperar, alguns senadores que votaram contra a
admissibilidade passaram a repensar o seu voto.
7. E se não fosse o bastante, os governos bolivarianos entraram na
onda do não reconhecimento do governo Temer, mesmo sabedores dos fatos e da tramitação
definida pelo STF. E agravaram pedindo o retorno de seus embaixadores. A Unasul
fez o coro. No entanto, a pronta reação do Itamaraty expôs internacionalmente a
tentativa de desequilibrar a democracia brasileira.
8. O impacto sobre os parlamentares e seus representados foi
instantâneo. E muito especialmente sobre os Senadores que terão a
responsabilidade de decidir – finalmente – sobre o impedimento definitivo de
Dilma.
Título e Texto: Cesar Maia, 17-5-2016
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