Rodrigo Constantino
Tem sido tema recorrente em
meus textos a “marcha das minorias”, pois vejo esse fenômeno como uma eficiente
tática da esquerda pós-moderna para chegar ao socialismo por outros meios além
da revolução armada. A igualdade de resultados é pregada não mais com base em
classes sociais, mas sim “grupos de identidade”, sendo todos vítimas do grande vilão da humanidade: o homem branco ocidental.
Nesse “império do oprimido”,
expressão de Guilherme Fiuza, os “fracos” nunca tiveram tanto poder, e os
“opressores” devem simplesmente se calar e aceitar a nova ditadura, por meio da
histeria politicamente correta. A inquisição da patrulha faria Torquemada
parecer um aprendiz.
Não se curvou diante da
cartilha dos “ofendidos”? Então será severamente punido para aprender a lição e
não ser mais um racista preconceituoso com inclinações fascistas (como são
todos que não aderiram ao progressismo).
É assim que não só cotas
raciais, como cotas para diferentes “minorias” são criadas. É assim que os
salários de homens e mulheres devem ser igualados, não importa a produtividade.
É assim que a meritocracia morre e dá lugar a uma divisão com base nas
características de identidade.
É o coletivismo eliminando o
indivíduo da equação. Um caso recente mostra o grau de intolerância dos
“tolerantes”. Um eficiente engenheiro da Google perdeu seu emprego só por
aventar a possibilidade de homens terem mais interesse e facilidade com
tecnologia do que mulheres. Foi uma celeuma, e o chilique o deixou desempregado.
Numa entrevista recente, James Damore desabafou sobre o ambiente no trabalho:
“Há uma crença popular de que
os conservadores são maus e burros. É uma crença perversa em que tantas pessoas
nesse meio acreditam. Então, os conservadores precisam ficar no armário e
disfarçar quem eles são de verdade. É um ambiente horrível. De muitas maneiras,
é como ser gay nos anos 1950”.
Para quem acompanha mais de
perto isso tudo, não há surpresa aqui. É exatamente assim em Hollywood, no Vale
do Silício ou no “Projaquistão”, como Alexandre Borges chama o meio global dos
artistas engajados. Nesse ambiente, um casal de um homem que virou mulher e uma
mulher que virou homem tendo um filho com “gênero fluido” é a coisa mais normal
do mundo, mas um simpatizante de Trump é uma aberração, um doente mental.
Tudo para essa turma afetada é
“microagressão” hoje em dia. O discurso
de ódio vem sempre dos outros, mas esse pessoal não percebe o quão odiento
e preconceituoso seu próprio discurso costuma ser. Na bolha progressista, o
homem branco cristão conservador pode ser execrado que está tudo bem. Mas o
povo se identifica mais com esse perfil do que com o do próprio “progressista”.
É por isso que quem desafiar essa patota terá boas chances de vitória nas
eleições.
A
inquisição da patrulha faria Torquemada
parecer um aprendiz.
Título e Texto: Rodrigo Constantino, IstoÉ, 2-9-2017
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