quarta-feira, 29 de junho de 2011

Desastres

Arte: http://www.imotion.com.br/imagens/details.php?image_id=4916

Peter Wilm Rosenfeld
Não se trata de nenhum tsunami, terremoto ou qualquer outro fenômeno da natureza. Refere-se, sim, ao que está acontecendo no (des) governo da Presidente Rousseff, em várias frentes de trabalho.
Se não vejamos:
Caso Palocci – O País inteiro “sangrou” durante as semanas em que se desenrolou o caso (deveria chamá-lo de “vergonha!) Palocci. Um cidadão que duas vezes mente descaradamente sobre assuntos que lhe dizem respeito jamais poderia ser ministro de qualquer coisa.
No caso de Francenildo, o caseiro que falou a verdade, Palocci mentiu ao dizer que a quebra de sigilo bancário não tinha sido ordenada por ele. Pois foi, como a Caixa Econômica informou à Justiça ao ser intimada a pagar a indenização devida a Francenildo. No caso de sua súbita fortuna, Palocci novamente falseou com a verdade.
E a Presidente, o que fez? Nada, durante algumas semanas; somente quando a situação se tornou insustentável, dispensou o Sr. Palocci, mas com beijinhos e abraços.
Copa do Mundo – Apesar do triste exemplo havido quando da realização dos Jogos Pan Americanos no Rio, em que houve um brutal aumento do custo em relação ao orçado, está se repetindo a mesma situação com relação à Copa.
Talvez o Brasil consiga construir os estádios em tempo para a realização dos jogos; mas a que custo? O ministro da tapioca não tem a menor credencial para gerenciar a quantidade de obras necessárias; não tem a competência técnica como, tampouco, falta-lhe totalmente, a competência moral.
Mas está lá, firme como uma rocha e imponente como um pavão na chefia do assunto. Como já mencionei em artigos anteriores, sequer deveria ser mantido na troca de governo. Mas lá está ele, quase como um “impávido colosso”...

Trem bala – Nosso País, que não tem o suficiente conhecimento para operar ferrovias, graças aos Presidentes Washington Luiz (“governar é abrir estradas”) e Juscelino Kubitschek (que incentivou a instalação da indústria automobilística no Brasil), quer ter um trem-bala.
O custo previsto ainda é ignorado, sabendo-se apenas que será enorme. A linha férrea ainda não existe. O traçado ainda é desconhecido. Enfim, nada se sabe. Mas a Presidente insiste em que deverá ser construído, a toque de caixa, para ficar pronto antes de meados de 2014...
Aeroportos – Nenhum de nossos aeroportos atuais está em condições de suportar, de forma decente, o tráfego aéreo atual, que está crescendo a um ritmo extraordinário. Pelo que se sabe e se vê, também em nenhum deles estão sendo realizadas obras indispensáveis para que fiquem compatíveis com os níveis de tráfego esperados para 2014. Aliás, bem ao contrário; na terra que é feudo do Presidente do Senado, o vetusto Senador Sarney, o Maranhão, o aeroporto deixou de ser “internacional”, graças a suas tristes condições de manutenção.
Estádios – Talvez, e enfatizo o “talvez”, aí se possa ter alguma esperança de que alguns fiquem prontos até o princípio de 2014. Mas é bem possível, se não provável, que também alguns fiquem prontos como ficou o Maracanã em 1950. Cheio de defeitos e de falhas porque, a exemplo de tantas obras que têm prazo de construção, tudo foi feito a toque de caixa, quase como se a obra fosse provisória.
Aliás, nesse ponto tenho que mencionar algo intolerável: quem está mandando de verdade nessas obras é a FIFA através de seus representantes! Recentemente vieram à luz os desmandos dessa entidade, inclusive no que se refere à corrupção; somando-se o que deve ser pago a essa gente ao que os nossos bravos e heróicos homens públicos cobrarão aqui no Brasil, é fácil de prever que todas essas obras custem o dobro do que deveriam.
E quem tem que arcar com isso são os brasileiros, ou seja, somos nós. Ao meu juízo, isso não pode estar certo, jamais deveria acontecer.
Mas parece que a Senhora Rousseff não dá a mínima para “coisas menores”.
O Brasil padece de tudo (exceto de gente corrupta, e todos estão lépidos e felizes cuidando de suas vidas...). E nada é feito. 
Não temos estradas decentes e suficientes; não temos hospitais, postos de saúde e de pronto socorro necessários; faltam escolas de primeiro grau, mas pululam cursos de formação superior de qualidade mais do que suspeita; não temos portos em quantidade e qualidade necessários e suficientes para as enormes quantidades de mercadorias que são exportadas; já me referi a aeroportos, que deixam muito a desejar. Afinal, o que temos? E temos os maiores impostos do mundo!
Ah, sim, temos um território imenso, com incríveis reservas de tudo o que se possa querer (água, minerais de todos os tipos e variedades, clima não hostil ao ser humano, fauna e flora incríveis, com a maior reserva florestal e de água potável do mundo, e outras boas coisas mais).
Ah, mas para compensar, temos os piores políticos do mundo, e o pior Congresso idem. Há pouco tempo circulou na internet um texto comparando os salários de funcionários desse Congresso com os de militares em altas e importantes funções: pilotos de caças supersônicos, comandantes de navios de guerra maiores, militares de alta patente; confesso que fiquei envergonhado. Jamais tinha sabido de uma tal inversão de valores. Burocratas de baixo nível do Congresso remunerados nababescamente.
Se isso não é um DESASTRE, pior do que qualquer tsunami, o que será que é?
Peter Wilm Rosenfeld, Porto Alegre RS), 29 de junho de 2011

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