Rodrigo Constantino
O governo Dilma parece ter
perdido qualquer resquício ínfimo que sobrava de bom senso. As últimas medidas
econômicas demonstram desespero e irresponsabilidade. O uso dos bancos estatais
como instrumento de estímulo de crédito já foi testado no passado, sempre com
resultados lamentáveis. O editorial econômico do Estadão toca no ponto:
A história do Banco do
Brasil está cheia de exemplos que comprovam como o uso de um banco público para
forçar as instituições privadas a reduzirem o custo do dinheiro acaba por
enfraquecer os próprios bancos públicos.
Não satisfeito com o uso
irresponsável do Banco do Brasil para estimular mais o crédito e pressionar
mais a inflação, foi a vez da Caixa ser usada da mesma forma, sob comando
central do governo Dilma. Como relata a Folha,
o juro cobrado no cheque especial vai cair de 8% para pouco mais de 1% ao mês,
como se bastasse o desejo político para fornecer mais crédito sem impacto
inflacionário.
O que estamos vendo é a bolha
brasileira de crédito em gestação, incentivada pelo próprio governo e o Banco
Central, suposto guardião do poder de compra da moeda. Quando estourou a bolha
de crédito nos EUA, a esquerda logo culpou o mercado, e pediu mais controle
estatal. Os liberais apontaram que o próprio governo e o Fed estimularam a
bolha. Liberais sempre perguntam "quem vigia o vigia?", pois
desconfiam da concentração de poder e dos incentivos no setor público.
Governantes costumam focar no curto prazo, pois estão de olho nas próximas
eleições.
Pergunto então: Quando a bolha
de crédito no Brasil, hoje em formação, estourar, de quem será a culpa? Do
mercado? Ou do governo, que derruba a taxa de juros na marretada, com intuito
demagógico?
Apertem o cinto, pois o piloto
não sumiu; pior que isso!, ele chegou cheio de vontade, mas é um doido
alucinado que não liga para os limites físicos do "avião" que
comanda. Quando o cenário benigno externo mudar, os esqueletos que estão sendo
jogados para baixo do tapete vão emergir com todo seu odor putrefato e sua
feiúra assustadora.
Alguns sinais de esgotamento já começam a aparecer. Como mostra reportagem de O Globo, pesquisa da KPMG diz que o Brasil é o país mais caro para se fazer negócio entre os emergentes. Diz a matéria:
Alguns sinais de esgotamento já começam a aparecer. Como mostra reportagem de O Globo, pesquisa da KPMG diz que o Brasil é o país mais caro para se fazer negócio entre os emergentes. Diz a matéria:
A KPMG afirma que além de
ser menos competitivo entre os emergentes analisados, os custos empresariais no
Brasil se aproximam dos níveis de países desenvolvidos. Por exemplo, os custos
no Brasil são apenas 7% mais baixos em relação aos Estados Unidos, enquanto a
China, que lidera a lista, tem custos 25,8% menores que os dos americanos,
seguida pela Índia (-25,3%), México (-21%) e Rússia (-19,7%).
As cigarras brasileiras estão
comemorando, pensando que o verão vai durar para sempre, que a vida melhorou e
os pilares das mudanças são sólidos e estruturais. Doce ilusão! O
enriquecimento tem muito mais ligação com fatores exógenos (China e custo de
capital negativo nos países desenvolvidos), e com o aumento de crédito sem
lastro (sem respaldo em aumento de poupança doméstica). Quando chegar o
inverno, o sofrimento não vai ser um espetáculo bonito. As cigarras terão um
duro encontro com a realidade.
O governo petista está plantando as sementes de uma grande crise à frente. É um dos governos mais irresponsáveis que já se viu. Está ameaçando as importantes conquistas dos últimos anos, como o controle inflacionário. Quem viver, verá.
O governo petista está plantando as sementes de uma grande crise à frente. É um dos governos mais irresponsáveis que já se viu. Está ameaçando as importantes conquistas dos últimos anos, como o controle inflacionário. Quem viver, verá.
Título e Texto: Rodrigo Constantino, 06-04-2012
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