Um estado que se preste a convalidar
tais distorções, evidencia, inequivocamente, a sua debilidade moral.
Beatriz W. Rittigstein
No âmbito internacional, uma
campanha antissemita demoniza o Estado de Israel, ao atribuir-lhe problemas com
os quais não forma qualquer nexo. Também revela um viés arbitrário ante os
eventos do Oriente Médio, ressaltando as ações supostamente indevidas e
omitindo as causas que as geram. Neste sentido, Israel está sendo tratado da
mesma forma como foi tratado o povo judeu, o "judeu" entre os países.
Simplesmente, o que fazem é adaptar velhos preconceitos aos cenários atuais.
Na Venezuela, o risco reside
no fato de que esta campanha é promovida pela mídia estatal e outras a ela
atreladas.
Assim, torna-se rotineiro ler
que Israel contamina as fontes dos palestinos e os intoxica com gases e, por
isso, nascem bebês com deformações congênitas. Esta acusação é análoga à da ‘peste
negra’, a epidemia bubônica que no século XIV matou quase a metade da população
europeia; nessa época, culparam os judeus de envenenar os poços de água.
Através da RNV repetiu-se que
uma ‘máfia israelense’ sequestrou crianças líbias para que vendesse seus
órgãos; o que se assemelha á acusação de crime ritual de 1144, quando uma
criança inglesa foi apunhalada. Os judeus do local foram acusados do
assassinato com a finalidade de usarem seu sangue para rituais religiosos. O
fato reverberou por toda a Europa ao longo do tempo. No século XX a lenda foi
aproveitada pelos países árabes. E nos últimos anos tal mito tem sido tema de
filmes na Síria e no Irã.
Junto com tais artimanhas
retóricas nunca foram mostradas as provas de sua veracidade; só são emitidas com
o propósito de expor uma pretensa ‘malignidade’ de Israel, como se fazia no
obscurantismo medieval ao se usar como bode expiatório o povo judeu, por sua
vulnerabilidade de minoria.
Ora, um estado que, como de
costume, se preste a convalidar tais distorções odiosas, evidencia
inequivocamente sua debilidade moral.
Texto: Beatriz W. Rittigstein,
El Universal, Caracas, 29-04-2012
Tradução (e Gif): Francisco
Vianna
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