Francisco Vianna

A América Latina, mais
rapidamente, e o Brasil, um pouco mais lentamente, vão perdendo a liberdade
política e a economia privada vai cedendo, dia-a-dia, espaço para o mais do que
selvagem capitalismo estatal...
Em nosso país tivemos o
aumento paroxístico da violência, de forma assustadora, em 2006 em São Paulo e
nos anos subsequentes no Rio de Janeiro, como demonstrações de como um ‘estado
socialista’ pode minar uma democracia a partir de dentro de suas próprias
instituições.
Para isso, os ‘ensinamentos
táticos’ do comunista italiano Antonio Gramsci, são bastante esclarecedores e
‘úteis’. E foi assim que, na Europa, no início do Século XX, surgiram – em
contraposição ao capitalismo primitivo, opressor e desregrado da “revolução
industrial” - diversas invenções econômicas que traziam em seu bojo o mesmo
viés político: o totalitarismo, além da nova prática de o estado passar a ditar
e executar as ações econômicas de produção, ignorando as leis de mercado.
Essas doutrinas, inventadas a
partir dos escritos dos filósofos alemães do final do século XIX e início do
século XX, com a finalidade de “por ordem na miséria e na pobreza” de modo a
garantir não o aumento da produção de riqueza e a melhoria e humanização do
trabalho, mas para que todos a repartissem essa miséria e essa pobreza de forma
igualitária, excetuando-se – é claro – os membros do Politiburo.
Tais doutrinas deram origem a
uma doença social que leva ao pior de todos os capitalismos, ao CAPITALISMO DE
ESTADO. Em seu conjunto, são chamadas genericamente de ‘socialismos’, palavra
vazia que deixou de ter a sua definição de “doutrina que visa o bem-estar da
sociedade”, para significar apenas, “sistema que implanta o poder autoritário
do estado, quer sob os aspectos político, quer sob o aspecto econômico”, pois,
na verdade, quando nos referimos a algo “social”, devemos subentender algo que
se ocupa da política e da economia ao mesmo tempo.
Com o fracasso tácito de tais
doutrinas em promover a riqueza e o progresso, os europeus entenderam que não
chegariam a lugar nenhum se continuassem insistindo na sua aplicação, mas,
também, entenderam muito mais que essas doutrinas seriam obstáculos quase
intransponíveis para que, na América latina, fosse inibido o surgimento de
novas potências mundiais, como o Brasil e o México, por exemplo. De fato, elas
seriam uma arma eficaz para contrabalançar a influência norte-americana nessa
área e, afinal no resto do mundo, como até na própria Europa.
Assim, desde o final do século
XX e entrando pelo século XXI, as nações hegemônicas européias tendo à frente a
Grã-Bretanha, a França, a Holanda e a Espanha, que hoje não querem de maneira
nenhuma saber de “socialismos”, passou a ‘exportar’ essa sociopatia para a
América latina e até para os EUA e Canadá. Através de ONGs bem estruturadas, e
bem financiadas, começou-se a estimular um sentimento anti-norteamericano ao
longo do continente.
No Brasil, foi criado, por
Lula e Fidel Castro, o Foro de São Paulo, com a finalidade de coordenar a
difusão do ‘socialismo e outras ideologias afins’. Nem a igreja católica
escapou dessa sociopatia maligna, e a ‘dialética’ se aprimorou ao ponto de
criar a nova e conhecida “teologia da libertação”, que, não passa da mais
deslavada retórica de promover o “materialismo dialético” proposto por Marx e
Engels.
Os socialismos, ao longo da
história recente da humanidade, deixaram um legado de duas guerras mundiais, no
século XX, mais de e 26 milhões de soldados e 46 milhões de civis mortos,
apenas nestes dois conflitos, e tem-se em conta que mais de 100 milhões de
vidas foram ceifadas violentamente como resultado de suas ações, na prática.
Isso sem falar nas revoluções na Rússia bolchevista e na China de Mao Tsé Tung,
além da implantação do comunismo na Indochina e na Coréia do Norte.
Como nada consegue ser
totalmente ruim, isso fez com que o capitalismo privado experimentasse um
aperfeiçoamento sem precedentes nos últimos setenta anos, premido pela
necessidade de fazer frente a essa onda negativa que se espalhava pelo mundo, e
promoveu conquistas sociais – que geraram deveres e garantiram direitos por
eles consubstanciados – as quais os regimes ‘socialistas’, ironicamente, jamais
conseguiram levar a efeito.
Assim, a história recente nos
ensina que os socialismos só vingam e proliferam em populações atrasadas e
pobres, e que, por isso mesmo, fazem com que elas continuem sendo dessa forma,
de modo ‘autosustentado’.
Com a queda do Muro de Berlim,
em 1989, a Europa se livrou do socialismo que a dividia em Ocidental,
capitalista de mercado e a oriental, capitalista estatal. Os estados tiveram
seus tamanhos muito reduzidos e a produção de riqueza e de capital transformou
a realidade do leste europeu e impulsionou as ‘economias menores’ da região,
suscitando o sucesso da ‘União Européia’, que, todavia, seus povos têm o
cuidado de não deixar que vá mais adiante do que um simples ‘bloco econômico’.
Em função do fato desses
socialismos não terem produzido nenhuma sociedade verdadeiramente rica e
desenvolvida, mas, ao contrário, ter atrasado em quase um século o
desenvolvimento dos países que se propuseram a pô-los em prática, os que ainda
se iludem hoje em dia com essas idéias ficaram quase que repentinamente sem
referência de aplicação prática daquilo que julgam ser o ideal social para o
mundo, ou seja, o ideal político e econômico da humanidade.
Os europeus, que viram surgir
a superpotência norte-americana a partir da segunda guerra mundial a lhes
tolher o viés colonialista que sempre os caracterizou, viram aí uma
oportunidade muito conveniente de usar essa mesma sociopatia, que em grande
parte os havia antes vitimizado por tanto tempo, como um instrumento eficaz
para neutralizar o avanço da influência americana no mundo, bem como, inibir o
surgimento de novas potências mundiais americanas, em países de grande
potencial como o Brasil, o México, a Argentina e o Canadá.
Foi assim que ONGs muito bem
estruturadas e financiadas pelas nações hegemônicas européias se instalaram na
América latina no final da década de 1980 e começaram a fazer um trabalho de
sapa crescente e perseverante em prol dos interesses diretos que essas nações
têm na região, principalmente nas suas colônias ou satélites da região
amazônica.
Com os governos de viés
socialista, que sucederam o regime militar – que eles chamam de ‘ditadura’, mas
no Brasil foi mesmo uma ‘ditamole’ – essas ONGs proliferaram como lombriga em
intestino de subnutrido. Recebem hoje do governo ‘socialistóide’ do PT – como
já vinham recebendo do não menos socialistóides governos do PSDB – que posam de
antagônicos, mas que são farinhas do mesmo saco - uma fração importante do
suado dinheiro do contribuinte para agir CONTRA OS INTERESSES REAIS DO BRASIL.
O “socialismo de exportação”
dos europeus visa no prazo não muito longo o chamado “governo mundial”,
objetivo final da “globalização”, mas, para isso, não podem contar com a ONU, a
mais corrupta instituição derivada de Bretton Woods. Eles mesmos tratam de
corrompê-la como uma tática desenhada para substituí-la por um “governo
global”, assim como os socialistas estimulam a corrupção dentro das
instituições democráticas, com a finalidade de substituí-las por “estados
socialistas de direito”, numa tentativa de fazer com que os latino-americanos
experimentem do mesmo veneno que, durante quase um século os intoxicou.
Todo esse processo está em
marcha e funciona como um efeito dominó. Os povos, que não forem estruturados
educacional e culturalmente para serem fiéis aos seus valores de mercado e à sua
representatividade democrática, serão governados pelo ‘Poder Global’,
provavelmente com sede em algum lugar da Europa.
Os estados nacionais terão sua
soberania relegada a um segundo plano, quando se tratar dos interesses
políticos e econômicos dessas nações hegemônicas. Será uma era de
NEO-COLONIALISMO, muito mais difícil de superar do que a que cessou,
aparentemente apenas, com as guerras de independência.
Socialismo, corrupção,
fisiologismo, autoritarismo e atraso educacional, são as ‘armas’ de que se valem
essas nações hegemônicas para dividir e conquistar.
Cabe a nós, e só a nós mesmos,
desviar o país desse destino sombrio.
Título e Texto: Francisco
Vianna, 20-04-2012
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