Geraldo Almendra
Em junho de 2005 com pouco mais de dois anos
do primeiro mandato do PT já marcado por alguns escândalos anteriores o país
toma conhecimento daquilo que veio a ser chamado de mensalão cujos
desdobramentos são de conhecimento de todos, especialmente uma impunidade que
já chega ao seu sétimo ano, mesmo depois que um Procurador-Geral da República
ter formalizado uma acusação declarado seus componentes como uma gang chefiada
por José Dirceu.
Mesmo com todos os artifícios jurídicos sub-reptícios ficou claro para a
sociedade que o discurso de resgate moral do poder público não passou de um
grotesco estelionato eleitoral praticado por Luís Inácio da Silva para ganhar a
sua primeira eleição.
Fato consumado! O suborno de uma base aliada foi o
instrumento dos novos picaretas para fazer com que os projetos do primeiro
desgoverno Lula fossem aprovados com a “parceria” dos antigos picaretas, a
maioria migrando para a base de apoio ao PT, caracterizando o relativismo
absolutamente imoral do processo político vigente no país.
Este escândalo, que em qualquer país civilizado com suas instituições em
funcionamento isento de comprometimentos com a blindagem da bandidagem da
política pelo próprio poder Judiciário – STF –, justificaria, por si só, um
pedido de impedimento do presidente, o que somente não aconteceu por méritos de
FHC que defendeu Lula nos bastidores da oposição ao seu desgoverno.
Com os recentes escândalos envolvendo o PSDB e o DEM, passamos a entender
com maior clareza o porquê de tal postura do antecessor de Lula: a lavagem de
roupa suja consequente no caso de um pedido de impedimento do Retirante
Pinóquio desqualificaria todo o sistema político com consequências que poderiam
colocar o país diante de uma revolta civil sem controle.
A dúvida que se inicia é que estamos ou não iniciando uma nova grande
farsa com a CPI “Cachoeira” que se insinua como uma vingança de efeito
retardado sobre a oposição e se também teremos que conviver com o festival de
artifícios jurídicos para garantir a impunidade de muitos e a transformação em
bois de piranha alguns para não ficar muito feio na opinião pública.
A absurda baixaria entre dois togados do STF amplamente divulgada pela
mídia já antecipa o que podemos continuar esperando sobre o papel do STF quando
o mesmo tiver que entrar em cena em mais esse degradante episódio de corrupção
e suborno envolvendo o público e o privado.
Mais grave ainda: tudo indica que Carlinhos Cachoeira tem contundentes
provas guardadas – tudo gravado e tudo escrito – em outro país com gente de sua
confiança que comprometem o PT, o PSDB e o DEM além de, pasmem, no mínimo
quatro ministros do STF e três do STJ, além, o mais óbvio, o ex-presidente
Lula, sendo evidente que os respingos não aliviarão nem a própria presidente
Dilma que, supostamente, entre outras maracutaias teve grande parte de sua
campanha paga pelo esquema Cachoeira.
Das duas, uma: ou o sistema político-jurídico do país
despenca definitivamente ladeira abaixo na lama da degeneração moral
generalizada ou a banda boa do Polícia Federal, do Ministério Público e das
demais instituições capazes de aplicar tolerância zero com os covis de bandidos
que controlam o poder público fazem o seu papel e salvam o país da
corruptocracia fascista vigente.
Tudo indica que o desejo de vingança do PT – devido aos problemas criados
com o mensalão – com um maquiavélico plano de acompanhamento das atividades de
Carlinhos Cachoeira por meio de gravações e outros meios – o que não foi feito
com ninguém do grupo do mensalão – não passou de um tiro de grosso calibre no
próprio pé. Agora fica muito difícil voltar atrás. Melhor para o advogado
criminalista predileto dos canalhas que vai ficar muito mais rico ainda.
Matar Carlinhos Cachoeira assim como torturaram e assassinaram Celso
Daniel e mais onze envolvidos com suas atividades – os arquivos que estavam
vivos – não é uma boa opção, pelo potencial derrame de provas que virá do
exterior para encher as páginas dos jornais nacionais e internacionais.
O jeito será buscar uma saída honrosa para todos ou quase todos os
envolvidos o que não será impossível já que a sociedade parece demonstrar uma
aceitação de que o país pode continuar sendo desgovernado por um Covil de
Bandidos e sendo um Paraíso de Patifes.
Tirando os milhares de esclarecidos canalhas que usufruem da degeneração
moral das relações públicas e privadas tem muita gente que insiste em
glorificar a Abertura Democrática que, na verdade, foi transformada em uma
grotesca fraude pelos desgovernos civis.
Abertura Democrática? Fala
sério!
Título e Texto: Geraldo Almendra, 21-04-2012
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Uma sociedade reprimida pela omissão e pela covardia – I
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