sábado, 21 de abril de 2012

Uma sociedade reprimida pela omissão e pela covardia – III

Geraldo Almendra
Em junho de 2005 com pouco mais de dois anos do primeiro mandato do PT já marcado por alguns escândalos anteriores o país toma conhecimento daquilo que veio a ser chamado de mensalão cujos desdobramentos são de conhecimento de todos, especialmente uma impunidade que já chega ao seu sétimo ano, mesmo depois que um Procurador-Geral da República ter formalizado uma acusação declarado seus componentes como uma gang chefiada por José Dirceu.
Mesmo com todos os artifícios jurídicos sub-reptícios ficou claro para a sociedade que o discurso de resgate moral do poder público não passou de um grotesco estelionato eleitoral praticado por Luís Inácio da Silva para ganhar a sua primeira eleição.

Fato consumado! O suborno de uma base aliada foi o instrumento dos novos picaretas para fazer com que os projetos do primeiro desgoverno Lula fossem aprovados com a “parceria” dos antigos picaretas, a maioria migrando para a base de apoio ao PT, caracterizando o relativismo absolutamente imoral do processo político vigente no país.
Este escândalo, que em qualquer país civilizado com suas instituições em funcionamento isento de comprometimentos com a blindagem da bandidagem da política pelo próprio poder Judiciário – STF –, justificaria, por si só, um pedido de impedimento do presidente, o que somente não aconteceu por méritos de FHC que defendeu Lula nos bastidores da oposição ao seu desgoverno.
Com os recentes escândalos envolvendo o PSDB e o DEM, passamos a entender com maior clareza o porquê de tal postura do antecessor de Lula: a lavagem de roupa suja consequente no caso de um pedido de impedimento do Retirante Pinóquio desqualificaria todo o sistema político com consequências que poderiam colocar o país diante de uma revolta civil sem controle.
A dúvida que se inicia é que estamos ou não iniciando uma nova grande farsa com a CPI “Cachoeira” que se insinua como uma vingança de efeito retardado sobre a oposição e se também teremos que conviver com o festival de artifícios jurídicos para garantir a impunidade de muitos e a transformação em bois de piranha alguns para não ficar muito feio na opinião pública.
A absurda baixaria entre dois togados do STF amplamente divulgada pela mídia já antecipa o que podemos continuar esperando sobre o papel do STF quando o mesmo tiver que entrar em cena em mais esse degradante episódio de corrupção e suborno envolvendo o público e o privado.
Mais grave ainda: tudo indica que Carlinhos Cachoeira tem contundentes provas guardadas – tudo gravado e tudo escrito – em outro país com gente de sua confiança que comprometem o PT, o PSDB e o DEM além de, pasmem, no mínimo quatro ministros do STF e três do STJ, além, o mais óbvio, o ex-presidente Lula, sendo evidente que os respingos não aliviarão nem a própria presidente Dilma que, supostamente, entre outras maracutaias teve grande parte de sua campanha paga pelo esquema Cachoeira.

Das duas, uma: ou o sistema político-jurídico do país despenca definitivamente ladeira abaixo na lama da degeneração moral generalizada ou a banda boa do Polícia Federal, do Ministério Público e das demais instituições capazes de aplicar tolerância zero com os covis de bandidos que controlam o poder público fazem o seu papel e salvam o país da corruptocracia fascista vigente.
Tudo indica que o desejo de vingança do PT – devido aos problemas criados com o mensalão – com um maquiavélico plano de acompanhamento das atividades de Carlinhos Cachoeira por meio de gravações e outros meios – o que não foi feito com ninguém do grupo do mensalão – não passou de um tiro de grosso calibre no próprio pé. Agora fica muito difícil voltar atrás. Melhor para o advogado criminalista predileto dos canalhas que vai ficar muito mais rico ainda.
Matar Carlinhos Cachoeira assim como torturaram e assassinaram Celso Daniel e mais onze envolvidos com suas atividades – os arquivos que estavam vivos – não é uma boa opção, pelo potencial derrame de provas que virá do exterior para encher as páginas dos jornais nacionais e internacionais.
O jeito será buscar uma saída honrosa para todos ou quase todos os envolvidos o que não será impossível já que a sociedade parece demonstrar uma aceitação de que o país pode continuar sendo desgovernado por um Covil de Bandidos e sendo um Paraíso de Patifes.
Tirando os milhares de esclarecidos canalhas que usufruem da degeneração moral das relações públicas e privadas tem muita gente que insiste em glorificar a Abertura Democrática que, na verdade, foi transformada em uma grotesca fraude pelos desgovernos civis.
Abertura Democrática? Fala sério!
Título e Texto: Geraldo Almendra, 21-04-2012

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Uma sociedade reprimida pela omissão e pela covardia – I

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