Me chegou às mãos, ou aos olhos, uma das melhores crônicas que já li. E esta é "especial" porque eviscera os tantos anônimos que pululam em blogues e nos "comentários" de jornais e revistas online...
O anónimo infeliz
A Pipoca Mais Doce
– O anónimo infeliz é uma
espécie que se desenvolveu nos primórdios da blogosfera. Tem uma enorme
capacidade reprodutiva mas, felizmente, um tempo de vida limitado (ainda assim,
há conhecimento de uns casos mais duradouros do que outros);
– O anónimo infeliz não tem
vida própria. Alimenta-se da vida dos outros e isso parece chegar-lhe;
– O anónimo infeliz é
masoquista. Todos os dias, várias vezes por dia, lê e comenta blogs que diz
serem uma merda. Diz que o faz por ter o direito de ler o que bem lhe apetecer.
O anónimo infeliz é, obviamente, burro e não sabe dar uso à liberdade que tem.
Mesmo quando se enfada e diz que não volta mais, bastam cinco minutos para
reincidir no crime. E assim continua, muitas vezes durante meses;
– O anónimo infeliz liga o
computador e diz "ora, deixa lá ver com o que é que eu me vou enervar
hoje";
– O anónimo infeliz é um ser
preocupado e altruísta. Preocupa-se com o dinheiro que os outros gastam (revela
uma curiosidade obsessiva com o valor dos salários alheios), com as viagens que
os outros fazem, com os sapatos que os outros compram, com o sucesso que os
outros têm, com os filmes que os outros vêem, com a casa onde os outros moram,
com o carro que os outros conduzem, com os quilos que os outros têm, com tudo e
mais alguma coisa. Infelizmente, só não se preocupa com a sua vidinha;
– O anónimo infeliz tem
problemas de interpretação, possivelmente fruto de conhecimentos insuficientes
na área da língua portuguesa. É raro perceber o que está escrito e arranja
sempre maneira de distorcer tudo de um jeito que lhe é bastante conveniente;
– Quando, em comentários, se
tenta explicar alguma coisa ao anónimo infeliz, ele argumenta sempre com alguma
coisa que não tem rigorosamente nada a ver, ignorando deliberadamente o que se
acabou de lhe explicar e tornando a troca de opiniões absolutamente
exasperante;
– O anónimo infeliz nasceu
para ser do contra. Mesmo que leia uma coisa básica como "o céu é
azul", vai sempre arranjar 350 teorias para provar que não é assim e que
lá no sítio onde ele habita o céu é cor de burro quando foge;
– O anónimo infeliz diz não
perder tempo em blogs que não gosta, mas facilmente consegue estabelecer
relações entre posts e argumentar com um "mas como é que agora dizes isso
se a 23 de Janeiro de 2005 disseste o contrário?". O anónimo infeliz
conhece-nos melhor do que a nossa própria mãe;
– As desculpas mais usadas
pelo anónimo infeliz são:
a) Só cá vim porque já tinha lido TODOS os
blogs de que gosto;
b) Só cá vim para confirmar se isto continua
horrível;
c) Só cá vim porque, entre as minhas longas
leituras de Fyodor Mikhaylovich Dostoyevsky ou enquanto desenvolvo um projecto
para acabar com a fome em África, gosto de desanuviar com futilidades;
d) Só cá vim confirmar se isto
é tão mau como me tinham dito;
– O anónimo infeliz é raivoso
e pode até morder (se para isso houvesse oportunidade). É incapaz de manifestar
desacordo de modo cordial e civilizado (normal, vá), tendo sempre de recorrer
ao insulto para fazer valer a sua opinião (geralmente, com um "tu deves
ser mas é estúpida/atrasada mental/idiota". Às vezes anima-se e sai-se com
um "és uma puta/cabra/vaca/porca");
– O anónimo infeliz esfrega as
mãozinhas de alegria de cada vez que se prepara para deixar mais um comentário
descerebrado, como quem diz "com este é que eu te vou tramar". E
mesmo sabendo que tem como destino o lixo virtual, gosta sempre de dizer
"eu sei que não vais publicar, mas ao menos ficas a saber o que eu acho de
ti" (a frase pode ou não acabar com um "sua puta"). Como se
tivesse alguma espécie de interesse;
– O anónimo infeliz fica ainda mais infeliz
quando seus comentários são banidos, deixando novos comentários a queixar-se
que é um atentado à liberdade de expressão, que o autor do blog exerce censura,
e que é uma vergonha. Regra geral, remata com um muito adulto "dói ouvir
as verdades, não é?";
– O anónimo infeliz é cobarde
e poucochinho e, por isso, mesmo, nada há a temer. Vive do outro lado do ecrã e
acredita piamente que está completamente protegido e impune no seu anonimato.
Até ao dia...
– O anónimo infeliz tem uma
capacidade criativa bastante alargada e consegue inventar teorias da
conspiração altamente rebuscadas (e que só fazem sentido na sua cabecita). O
anónimo infeliz deita-se e acorda a pensar nisso, troca mails sobre o assunto
com outros anónimos infelizes, debate o tema em blogs de ódio, o que não deixa
de ser reconfortante e fofinho;
– O anónimo infeliz sofre de
uma patologia chamada "invejite aguda". Por isso, cada conquista ou
sucesso alheios são uma facada no coração;
– O anónimo infeliz gosta de
minimizar os feitos alheios com um "grande coisa, isso também eu
fazia". Ainda assim, e até hoje, não há registo de nenhum acto de
proactividade por parte do anónimo infeliz, que prefere ficar a lamentar o seu
infortúnio e a rogar pragas a todos os que se mexem e fazem pela vida;
– Por outro lado, temos o
anónimo infeliz que aproveita todas as oportunidades de que dispõe para
anunciar ao mundo que tem um carro melhor, uma casa melhor e um emprego onde
ganha sete vezes mais do que o comum dos mortais, acreditando meeeeesmo a sério
que isso faz de si melhor pessoa;
-– O anónimo infeliz é
prodigioso no que toca a inventar desculpas para as conquistas alheias. Se
alguém tem e ele não, só pode ser porque:
a) Arranjou um marido rico;
b) Dormiu com o chefe;
c) Tem pais abastados;
d) Assaltou um banco;
e) Tem cunhas do tamanho do
continente africano;
f) Nas horas livres dedica-se
à prostituição;
– O anónimo infeliz não
percebe que, a cada nova visita e a cada novo comentário, está a contribuir
para o sucesso alheio. O tal de que tanto desdenha e acha incompreensível.
Penso já ter sido referido que o anónimo infeliz não prima pela inteligência;
– O anónimo infeliz sofre de
múltipla personalidade e gosta de fazer passar-se por várias pessoas ao mesmo
tempo, assinando com vários nomes (que em nada revelam a sua identidade). Pode
ser apenas esquizofrenia ou a tal burrice supracitada;
– O anónimo infeliz apelida os
leitores do blog de "carneirada", acusa-os de não terem opinião
própria ou de terem pouca escolaridade (em oposição aos seus oito a dez
doutoramentos tirados em Oxford). Ainda assim, todos os dias se junta à dita
carneirada e continua a balir alegremente;
– O anónimo infeliz é um ser
ultra-sensível. Comichoso. Picuinhas. Coca-bichinhos. É por isso que não tolera
nenhuma piada mais irónica, sente-se ofendido com tudo e consegue encontrar
resquícios de preconceito em todo o lado;
– O anónimo infeliz tem ZERO
sentido de humor;
– O anónimo infeliz, qual
barata, tem tendência a transformar-se numa praga. Se conhece alguém que possa
padecer desta calamidade, reencaminhe este texto rapidamente. E sinta-se à
vontade para contribuir com novos itens que possam ajudar a definir um anónimo
infeliz. Quanto melhor os conhecermos, mais facilmente os exterminamos. À falta
de insecticida específico, basta ir carregando no delete de cada vez que eles
se assomam;
– O problema do anónimo não é
ser anónimo. É só ser parvo e pobre de espírito. E contra isso não há nada a
fazer.
No blogue “A PipocaMais Doce”, 16-04-2012
Leitura complementar:
voçes cristaos dizimaram civilizacoes inteiras destruiram culturas milenares e ainda querem ter razao de redigir a sociedade com seus dogmas idiotas,voces merecem serem todos varridos da face a terra junto com os judeus e os malditos muçulmanos malditos sejam todos a que pertencam a essa escoria
ResponderExcluirQue maravilha de exemplo! Tudo a ver com o texto do artigo!
ResponderExcluirObrigado, ó alfinetinho da mamãe!!
O anônimo é nasista! Esqueceram de colocar mais este adjetivo!
ResponderExcluirhaahahahahah
Menino, que violência! Que pessoa perigosa! Quer matar todo mundo! Deve achar que só ele presta né? Conheço muita gente equivocada como este daí mas querer matar é coisa séria
Vamos rastrear esta besta e levar ao conhecimento da policia e prevenir uma matança a qq momento.
Circe Aguiar
Não é a toa que quase 80% da perseguição religiosa no mundo de hoje é contra... cristãos! Isso, é claro, com a total condescendência dos setores progressistas e baluartes da tolerância...
ResponderExcluirFonte: http://www.intoleranceagainstchristians.eu/fileadmin/user_upload/Five-Year_Report_Intolerance_against_Christians_in_Europe_-_online_version.pdf