Valfrido M. Chaves
Permita-me o leitor passar-lhe
alguns detalhes de minha História, para que possa ele, talvez melhor, aquilatar
nossas afirmações e entendimento do tema aqui enfocado. Aluno da PUC-Rio, na
Escola de Sociologia e Política, na década de 60, entrei em contato com as
diversas correntes do pensamento e práticas políticas ao longo da História. A
Universidade era então um foco de resistência à ditadura vigente, havendo
aqueles que pensavam numa restauração democrática e outros que tinham como
objetivo a instalação do regime marxista-leninista no Brasil. Foram estes que,
almejando a troca de uma ditadura militar por outra, totalitária, ingressaram
na dita “luta armada”, logo derrotada pelas Forças Armadas. Eram dias da Guerra
Fria, e a “guerrilha” tinha recursos de Cuba e URSS, até recebendo treinamento
nesses países. Nesse contexto, aprofundei meu conhecimento nessa ideologia e,
embora tenha sido preso, afirmo que a ela não “entreguei a alma”. Avaliando
hoje, creio que minha maior resistência a isso foi perceber o descompromisso
com a verdade, com a moral e o respeito humano da militância dela imbuída. Tais
posturas, leitor, tem como moldura alguns dogmas: destruição da propriedade
privada e a noção de que o “conflito é o motor da história” sendo a luta de
classes seu sagrado instrumento. Muito mais tarde, tendo ingressado na
Psicanálise pude compreender, através da psicologia profunda, as razões pelas
quais aqueles dogmas e seus instrumentos fascinam irremediavelmente
determinadas almas. Nada exemplifica esta afirmação do que a negação que os
“fascinados” fazem do total fracasso socialista, onde quer que ele tenha se
estabelecido, para poderem continuar crentes em sua ideologia. Mas afinal,
estaria perguntando o leitor, o quê cega e captura então alguns militantes?
Simplesmente isto; o sorrateiro sentimento de poder advindo de, pela “marcha da
História”, a tudo estar autorizado: mentir, corromper, negar a realidade,
manipular pessoas, promover o ódio, pois afinal, “o conflito é o motor da
História”, não é? Isto posto, salvo melhor juízo, leitor, quero chamar sua
atenção ao reinado ideológico e sua prática, sobre o indigenismo oficial,
internacional e ongueiro, que busca disseminar ódios e injustiça entre
brasileiros, sob o manto onipotente de promover “demarcação de terras
indígenas” ou expansão de aldeias em propriedades particulares e legítimas. O
Estado brasileiro trai solenemente as famílias que atraiu para colonizar e
defender nossas fronteiras, quando identifica como quer “terras indígenas” e,
antes de a Justiça dar a palavra final face aos mais legítimos direitos dos
proprietários, efetua as “demarcações”, com tolerância ao terrorismo das
invasões. Ganha-se rios de dinheiro com as invasões, identificações. O Estado,
que desde o Império vendeu terras devolutas, lava as mãos, enquanto se
dissemina o ódio entre brasileiros. É o triunfo e gozo da maldade ideológica e
seus promotores.
Título e Texto: Valfrido M.
Chaves, Psicanalista, 20-04-2012
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