segunda-feira, 9 de abril de 2012

Carlos Lamarca

Fernando Bihari
Coincidentemente ou não, hoje, sem motivo algum, despertei e perdi o sono em torno das 4 da manhã, e como não tinha nada para fazer "tão cedo" procurei algo para assistir na televisão, me chamou a atenção o fime que se iniciava no Canal Brasil chamado "Lamarca".
O filme, muito mal feito cinematograficamente, é uma tentativa rídicula de fazer apologia ao ex-Capitão Lamarca, os slogans eram ocasionalmente lançados tal como o mau emprego do que seja realmente a intenção de "re-implantar" democracia, as críticas que se faziam - no filme - à corrupção igualmente eram lançadas, esporadicamente, de maneira superficial. A revolta que o levou a abraçar a "causa" era a sua experiência no pós-guerra do Suez e as comparações entre as misérias de lá e de cá eram também de fraca argumentação. Seu amor declarado à terrorista e uma das "heroínas" atual das esquerdas "Carla" (hoje homenageada com nome de praças em Bangu, no Rio, e Pirituba, em São Paulo, bem como, do Centro Acadêmico do Instituto de Psicologia da USP) e a dualidade deste amor com a de sua esposa exilada em Cuba, a caricaturização das forças de segurança que o perseguiam após os diversos atentados que praticou, as leis do país, assaltos, atos de terrorismo, assassinatos, etc... foram apresentados de maneira rápida e disfarçada até quando do assassinato do Tenente com uma coronhada no crânio (que na realidade teve o crânio esfacelado), a ignorância de seus seguidores, exceto do seu companheiro até o final (pelo menos no filme) era uma demonstração inequívoca da tentativa, creio que completamente frustada, de mistificar e tentar heroificar um ex-militar, desertor, ladrão de armas do Exército.
A maioria, se não a totalidade da atual "Juventude Estudantil Revolucionária", a mesma que causou os incidentes na reunião do Clube Militar, é completamente ignorante dos fatos que levaram à contra-revolução de 64, das reais intenções de Jango e até principalmente do cunhado deste, Leonel Brizola, quanto ao futuro do Brasil.
Houve torturas? Houve, mas as mesmas foram praticadas por um número infímo de militares e policiais envolvidos na luta contra os terroristas, do mesmo modo que as "forças revolucionárias" também as praticaram até com pessoas das "classes sociais oprimidas" (que diziam defender e lutar em nome), como usá-las de maneira sub-reptícia, envolvendo pessoas inocentes e ignorantes em situações que a transformavam em "vítimas colaterais" do conflito por eles arquitetadas. Um bom exemplo é o pai de dois irmãos envolvidos na guerrilha, bem de toda a comunidade do lugarejo onde Lamarca se encontrava durante sua fuga no sertão baiano.
Título e Texto: Fernando Bihari

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