Fernando Bihari
Coincidentemente ou não, hoje,
sem motivo algum, despertei e perdi o sono em torno das 4 da manhã, e como não
tinha nada para fazer "tão cedo" procurei algo para assistir na
televisão, me chamou a atenção o fime que se iniciava no Canal Brasil chamado
"Lamarca".

O filme, muito mal feito
cinematograficamente, é uma tentativa rídicula de fazer apologia ao ex-Capitão
Lamarca, os slogans eram ocasionalmente lançados tal como o mau emprego do que
seja realmente a intenção de "re-implantar" democracia, as críticas
que se faziam - no filme - à corrupção igualmente eram lançadas,
esporadicamente, de maneira superficial. A revolta que o levou a abraçar a
"causa" era a sua experiência no pós-guerra do Suez e as comparações
entre as misérias de lá e de cá eram também de fraca argumentação. Seu amor
declarado à terrorista e uma das "heroínas" atual das esquerdas
"Carla" (hoje homenageada com nome de praças em Bangu, no Rio, e
Pirituba, em São Paulo, bem como, do Centro Acadêmico do Instituto de
Psicologia da USP) e a dualidade deste amor com a de sua esposa exilada em
Cuba, a caricaturização das forças de segurança que o perseguiam após os
diversos atentados que praticou, as leis do país, assaltos, atos de terrorismo,
assassinatos, etc... foram apresentados de maneira rápida e disfarçada até
quando do assassinato do Tenente com uma coronhada no crânio (que na realidade
teve o crânio esfacelado), a ignorância de seus seguidores, exceto do seu
companheiro até o final (pelo menos no filme) era uma demonstração inequívoca
da tentativa, creio que completamente frustada, de mistificar e tentar
heroificar um ex-militar, desertor, ladrão de armas do Exército.
A maioria, se não a totalidade
da atual "Juventude Estudantil Revolucionária", a mesma que causou os
incidentes na reunião do Clube Militar, é completamente ignorante dos fatos que
levaram à contra-revolução de 64, das reais intenções de Jango e até
principalmente do cunhado deste, Leonel Brizola, quanto ao futuro do Brasil.
Houve torturas? Houve, mas as
mesmas foram praticadas por um número infímo de militares e policiais
envolvidos na luta contra os terroristas, do mesmo modo que as "forças
revolucionárias" também as praticaram até com pessoas das "classes
sociais oprimidas" (que diziam defender e lutar em nome), como usá-las de
maneira sub-reptícia, envolvendo pessoas inocentes e ignorantes em situações
que a transformavam em "vítimas colaterais" do conflito por eles
arquitetadas. Um bom exemplo é o pai de dois irmãos envolvidos na guerrilha,
bem de toda a comunidade do lugarejo onde Lamarca se encontrava durante sua
fuga no sertão baiano.
Título e Texto: Fernando
Bihari
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-