Quem o diz é Medina Carreira,
que defende um ministro só para acompanhar esta área. Quanto ao resto, não há
omeletas sem ovos
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Medina Carreira, foto: Pedro Azevedo/i |
Medina Carreira, ministro das
Finanças do primeiro governo constitucional, defende que Passos Coelho deveria
ter dois ministros a mais: um para o Estado Social, o elo mais fraco da actual
crise, e outro para pensar Portugal estrategicamente. “Os direitos adquiridos
deixam de existir se não houver dinheiro”, disse ao i. “Na minha opinião, o
Estado social vai entrar em colapso daqui a seis ou sete anos se a situação se
mantiver. Ou seja, se houver cada vez menos nascimentos, mais emigração e uma
população a envelhecer a cada dia que passa, não é possível manterem-se os
actuais níveis de protecção social.”
Escusando-se a comentar
especificamente as recentes medidas adoptadas no âmbito da Segurança Social –
“estamos a reduzir a democracia a mero paleio em vez de discutirmos os
problemas de fundo” –, Medina Carreira defende, contudo, que é impossível
fazer-se muito mais quando o país depende de “uma esmola periódica e ainda por
cima sujeita a juros”.
Para um dos maiores críticos
das finanças públicas portuguesas relativamente ao peso do endividamento e da
despesa pública no produto interno bruto, não há forma de se fugir à
austeridade, “restando-nos discutir pormenores. Ninguém tem uma solução muito
diferente para o actual momento”.
A pergunta a fazer ao
primeiro-ministro, defende também, não é quando esta crise acaba, mas sim
“quando voltaremos a crescer a uma taxa de 3% ao ano, única forma de garantir
mais emprego de uma forma sustentada”.
O economista diz que uma das
soluções para o país passa pela atracção de mais investimento estrangeiro. E
nessa perspectiva, acrescenta, “a reforma da legislação laboral deveria ter
tido em conta a que existe nos países de Leste, como a Eslováquia, com os quais
concorremos directamente neste campo”.
Medina Carreira refere ainda
que o funcionamento da justiça, o licenciamento das actividades económicas, a
corrupção e a burocracia são outros dos factores a travar o crescimento.
Título e Texto: Margarida Bom de
Sousa, jornal “i”, 09-04-2012
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