terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

"Ai, o coração!..."

“Era ainda a razão que falava; mas o coração? Ai, o coração!...

É inevitável a luta, sempre que a um espírito vigoroso e lúcido anda associado um coração que sente, que se comove sob a influência dos estímulos naturais dos afetos humanos.

Quando o coração é de gelo, a razão dirige desafogada, imperturbável, em linha reta, o caminho da vida; quando a razão abdica e o coração domina, o movimento é irregular, mas livre; caprichoso, mas resoluto; funesto, mas incessante; porém, se o coração e a cabeça medem forças iguais, a cada momento param para lutar; como atletas destemidos. De qualquer lado que tenha de se decidir a vitória, será disputada, até ao último instante, pelo contendor vencido; a pausa terá sido inevitável; a reação, enérgica; e a crise, violenta.

Podem passar ignoradas de todas as peripécias desse combate íntimo; mas a aparente tranquilidade exterior mais lhe exarcerbará a crueza.”
In “As pupilas do senhor reitor”, Edição Imprensa Nacional

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