sexta-feira, 14 de abril de 2017

MOAB


José António Rodrigues Carmo

Anda tudo aí num frenesim porque o exército americano usou uma bomba do seu arsenal. Especialistas vários vão à TV botar faladura, até parece que aconteceu algo de incomum, culpa do Trump, claro.

Para começar, MOAB não é acrónimo de "Mother of all bombs", como insistem os nossos informadíssimos jornalistas, mas sim de " Massive Ordnance Air Blast".

Em segundo lugar, não se trata de uma bomba "quase nuclear", na verdade tem um poder explosivo que são meros 10% dos da bomba usada em Hiroshima, a qual, para os padrões das bombas termonucleares atuais, não passa de uma bombinha de carnaval.

Em terceiro, não é usada por ordem do Presidente dos EUA, mas por ordem do general que está no terreno (General Nicholson), como acontece com qualquer outra arma, em cada escalão de comando.

Em quarto lugar, o seu uso é meramente táctico e, como é óbvio, o General Nicholson usou-a para resolver um problema táctico e não para enviar mensagens estratégicas ou políticas à Coreia, etc., coisas com as quais nada tem a ver.

Se há algo a extrair do uso desta arma, em termos estratégicos, é que os EUA parecem querer abandonar a estratégia de contra insurreição no Afeganistão, e optar pelo uso da força para atacar os "bad guys", sem preocupações em conquistar corações e mentes. Como aliás, recorde-se, era a ideia inicial do vice de Obama, o Senhor Joe Biden.
Título e Texto: José António Rodrigues Carmo, Facebook, 14-4-2017

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