sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Com três meses de mandato, Emmanuel Macron tornou-se mais impopular do que Donald Trump

Marlos Ápyus

Foto: Kremlin
Emmanuel Macron [foto acima] foi celebrado pela imprensa de todo o mundo como a salvação. Em maio de 2017, havia derrotado Marine Le Pen, a candidata conservadora tratada como extrema-direita pelos críticos mas rigorosos. Jovem, ligado ao mercado financeiro, integrante de um pequeno partido que lançara na temporada anterior, o francês parecia ter encarnado a fórmula do sucesso em uma década tão saturada da velha política. Mas agosto chegou com a péssima notícia: a provação do presidente não passava de 36%.

Para efeito de comparação, mesmo com todos os ataques sofridos pela mesma imprensa de todo o mundo, Donald Trump, em seu sétimo mês na Casa Branca, ainda goza da aprovação de 38% do eleitorado.

A arrogância de Macron, ao que tudo indica, tem sido o problema. A mesma mídia que o enalteceu já percebeu o ar de superioridade haddadista que vende em suas poucas aparições públicas. Como quem faz um favor ao país por meramente existir.

Na pauta mais esdrúxula, tentou alterar a Constituição para oficializar o cargo de “primeira dama”. Nem os governistas o apoiaram, pois viram na medida uma forma de conseguir um gordo salário par a própria esposa.

Pegou muito mal, também, quando ignorou a tradição e abriu mão de falar com a imprensa no 14 de julho, Dia da Bastilha. Mas nada como a notícia de que Macron gastou 26 mil euros com maquiagem no primeiro trimestre comandando o país.

Oriundo do mercado, o presidente francês parece padecer do mal mais caracteristicamente liberal: dialoga bem com empresários, mas pessimamente com o povo. Porque acredita que basta fazer a coisa certa e tudo se resolve.

Numa democracia, contudo, isso não é suficiente. Se a população não percebe que a coisa certa está sendo feito, trocará o grupo que se encontra no comando. E, com isso, todo trabalho se perde.

Para sorte dele, ainda há tempo para corrigir isso. Resta saber se a vaidade deixará que perceba os erros cometidos. 
Título e Texto: Marlos Ápyus, Implicante, 25-8-2017

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